2022/09/30

Olhos castanhos

 Olhos castanhos,

Aqueles olhos castanhos enquanto refino o traço,
Num dia em que sou José,
O gajo do fundo da rua que nunca sai de casa,
E usa calças inocentemente roçadas,
E tu,
Olhos castanhos especiais como a inocência de uma manhã que se antecipa à madrugada,
E faz por ficar para que o anseio da noite nem exista,...

E és aquela que ganhou o dom de abdicar de identidade,
Com um longo vestido diáfano como o véu da santidade,
E olhos castanhos que impressionam por ser únicos,...

Iremos para cima juntos,
A significância de um minuto maior que o estremunhar do tempo,
Espera-nos na escuridão




 

2022/09/29

Recortar o mundo

 Ela como todos os desânimos,

Amanhecia incólume,

A flor do regaço sempre a renovar-se,

Suspiros curtos,

Longos passeios por todo o lado que não é sitio,...


E a frondosa possibilidade de um amor,

Inumava-se aos poucos,

Em seu lugar surgia um desejo fortuito de recortar o mundo sem critério,...


Era preciso um plano




2022/09/28

Nenhumas razões plausíveis

 Só os da carne enrijecida,

Quando os espelhos estilhaçam e o sangue escorre impuro,

Percebem como anular a dor,

inviabilizar lamentos inúteis pode inundar as entradas do sonho,

com versos desconexos, ..


E assim,

lá mesmo ao fundo onde o tempo se desfaz mais longe onde os olhos chegam,

pode haver a paz possivel num mundo de nenhumas razões plausíveis 



2022/09/27

Espinho de uma rosa

 A todas as que conhecia desejava o mal,

Frases ocas,

Gestos sem sentido,

O habitual no caminho de uma mulher que é falsa para o semelhante,

E inconsequente para tudo o resto,...


E assim tornava-se velha,

Anacrónica,

Incapaz de se explicar quanto mais de sentir,...


Resta o amor pelas flores,

E o prurido do sangue a escorrer pelos dedos,

Dado pelo espinho de uma rosa



2022/09/26

Vagamente inspirado na Banda do Casaco

 Faz o dia,

Faz a noite,

Restos de alegria,

A luz espera-te,

O lado esquece,

Recorda a vilania,...


Faz o prato largo e forte,

Dois de casa não dão a rua,

Solitário não serás,....


E o caso de uma pressa,

Fraca e sem contornar,

Fica-te no sangue,

Presa e sem voltar



2022/09/25

No voltar de um conto

Por entre as nuvens,

O sol batia a porta sem pedir licença,

As paredes dançavam porque não havia música que lhes permtisse o contrário,..


Certos homens pensavam que a dor não existe,

O corpo é que se recolhe e nos faz acreditar que a ilusão é passageira,

E nada custa tanto como a espera de uma ausência,....


Tudo o que aqui se reproduz,

Se dá por terminado com um som prolongado de um navio,

Que se arrasta inútil pelo mar moribundo




2022/09/24

Montmartre

 Em montmartre estava um livro que bamboleava,

Abandonado no chão,

A frase certa parecia pregar-se ao olho de quem passava,

Não há esperas que se façam num quarto,

Nem desejos incorporeos que por lá se possam esconder,...


A fleuma de um especialista em desenho manteve-se,

E dois corações que se amam continuaram a ouvir-se




2022/09/23

Memória disforme

 Pronto, 
está escrito,
Só me ficaram a doer os dedos,
Pensei que fosse pior e a luz morresse espremida,
Pelo que resta desta janela velha e carcomida,...

Não falo mais de ter que pensar às cores,
Seja lá o que isso for,
Nem toco por segundos que seja
no que ficou de uma memória disforme,...

Neste quarto que amanhã já não me terá,
Só me resta sair,
E reatar a dúvida onde o sol mais aquecer


 

2022/09/22

números inúteis da morte

Prometi voltar antes do meio
do dia,
lembro-me ter dito,
a quem me ouvisse,
que o silêncio era sempre maior
do que a distorção do som,
e antes até de sair,
marquei território como as feras,
espalhando em cima das mesas
folhas toscas,
com a minha letra disforme a escorrer
poesia invisível,
que parecia tingir o chão de ocre,...

ao regressar,
as paredes falavam-me que 
tudo se tinha esvaziado,
não havia pessoas,
nem ideias,
nem sequer os números inúteis da
morte,
só mesmo um chão ensaguentado,
e que recitava desconexo a mudança
do dia

2022/09/21

A desilusão

Entristecia-me a desilusão, palpável, entre duas pessoas que se admiravam, respeitavam-se às vezes, e optavam por só usar a linguagem certa. A ideia, sempre pensei, era evitar ferimentos gratuitos. No lado de dentro daquela porta, eu que passava o tempo a atender pessoas, ouvir reclamações insuportáveis de mães falhadas, pais medrosos, e filhos indesculpáveis, até aprendi a ser paciente. Admirava-a mais do que a ele. Era uma mulher bonita, que não se esmerava na roupa, mas punha interesse na forma como caminhava, olhava para os semelhantes e os que tutelava, e principalmente como cuidava de um cabelo louro, timidamente ondulado, e que parecia manter-se intocável mesmo perante as intempéries. Ele tinha tomado a decisão de abrirem aquele espaço. Foram tempos difíceis. Tinha-se precipitado ao sair de um emprego de escritório que o consumia, e as coisas ficaram incertas durante longos meses,...
que pareceram anos.
Até encontrar um cubículo pequeno, meio escondido da luz do sol, numa ponta da rua por onde raramente passava. Estava vazio há tempo demais e, tempos depois, já era dele. Imaginou uma coisa simples, isenta de presunções, e onde pudesse haver um ambiente escolar, aplicado à rotina sem horas e sem cheiros. Ela aprovou, quase sem palavras. Como o fazia sempre. Trouxe-a num dia de chuva, pela primeira vez, à espera de um sorriso. De uma mão amiga, cúmplice,... Já não pedia amante porque se tinha habituado a não exigir mais do bem-querer daquela mulher. E teve um sorriso, meio rasgado meio tímido. Uma crença de que as coisas iam correr bem.
Houve flores naquele mundo. Uma criança, duas crianças,...
mas um abandono crescente,...
Até que se sentiu a desilusão a instalar-se. Como uma corrente de ar leve, primeiro, que depois revira tudo num ápice, levanta sujidade, más memórias, dívidas de gratidão, e instala-se sem querer nunca mais sair.
Eu cheguei numa tarde quente de Verão. Timidamente, com um pequeno pedaço de cartão na mão, onde se lia 'Ajuda Precisa-se', disse estar interessado. Fui ficando. Como já disse, ela enchia-me as medidas. Se calhar via-a como mais do que uma mulher distante. Se sim, já escondi esse pensamento entre os nós dos dedos, à espera que ele não se liberte. 
E pesou-me tanto a desilusão. Até me apeteceu, como agora o faço, escrever sobre ela...




2022/09/20

Confissão de egoísmo

este era o facto consumado que te 
apresentava,
o mundo a exigir-me disfarces,
tantas mãos que passavam pelas
portas de todos os dias,
cerceando a minha possibilidade de
fuga,...

um papel escrito toscamente,
com indicações de um percurso de 
retorno à sanidade,
e algum dinheiro,
provavelmente já desaconselhado,
como todas as invenções do egoísmo
humano,...

e assim nascia outra manhã,
sem que a redenção fosse
uma possibilidade



2022/09/19

Só porque sim


 

Sonho de mel

e a minha mão,
um rosto desfigurado pelo silêncio,
havia a frase da despedida,
e a certeza do regresso,
e tantos pontos brilhantes que desenhavam
o sol,
na escuridão,...

e a minha mão,
como rosto ínfimo do
prazer,
que desenhava amor nas fronteiras
longínquas do teu corpo,
e depois agarrava poesia,
nas gotas secas de um
amanhecer que se repetia



2022/09/18

Herança do silêncio

convences-me que a
linguagem morreu,
que são os dias ilusórios,
a resposta certa
para a pergunta que
se impõe,
aquilo que conta,...

há números que se
estendem pelos telhados,
e espraiados no tempo
como recurso de circunstância,
fazem-nos perceber
a vida como um papiro
de signos perdidos,...

e aqui,
persistindo na herança
do silêncio,
aceito reconsiderar
o futuro como um olhar



2022/09/17

O louco


 O louco que desregulava,

Desconetava,

Inconsequente lamentava,

Havia nele um eco forte,

De comida estragada,

Bebida repisada,...


E tinha ficado o estranho hábito,

De gemer quando precisava,

Para que o longe desse em perto,

E restasse uma forma desnecessária,

De beijar e lamentar acompanhado

2022/09/16

Labirinto

 Cada poesia é um falhanço,
Já que se obtém paz,
A guerra esconde-se no encardido da ansiedade
que se nos agarra à pele,
E nos dá a pior forma de realização pessoal,
A da eterna vontade de querer fazer melhor,
Sabendo que nos enfrentamos
a nós próprios num labirinto,
Quase de laboratório,...

E aqui repouso na forma
de me enfrentar a mim mesmo



2022/09/15

Fase superior de evolução

 

A sorte dispensa nomes,

Não tem idades nem razões para estabelecer fronteiras,

A sorte existe como um liquido insolúvel,

Inofensivo até,

Que liberta um cheiro descrito como prenúncio de uma fase superior de evolução,...


À sorte sempre respondi com cautela,

Admirando contornos amordaçados que a tornam assustadora

2022/09/14

Um dia gostava de saber escrever assim

pier paolo pasolini / ao príncipe

 

Se voltar o Sol, se cair o crepúsculo,

     se a noite tiver sabor de noites futuras,
se uma tarde de chuva parece regressar
     de tempos muito amados e jamais
                                               possuídos,
eu já não fico feliz, nem disso retiro prazer ou
                                                   sofrimento
     já não sinto, diante de mim, a vida inteira…
Para se ser poeta, é preciso ter muito tempo
     Horas e horas de solidão são a única
                                                        maneira
de dar forma a alguma coisa, que é força,
                                                     abandono,
     vício, liberdade, de dar estilo ao caos.
Eu tempo já tenho pouco: por culpa da morte
     que avança, no ocaso da juventude.
Mas também por culpa deste nosso mundo
                                                        humano,
     que aos pobres tira o pão, aos poetas a paz.
 
 
 
pier paolo pasolini
a poesia é uma mercadoria inconsumível
poemas e recensões
trad. joão coles
sr teste edições
2022

Pedras de toque do sonho

agora que são
dois caminhos abertos,
e não há uma só
chama que os devore,
submetemos cinzas
à novidade da escuridão,...

e ao mesmo tempo que
a luz é uma ideia incorreta,
inexata à soma de todos
os medos que aqui
escrevemos,
os caminhos sobrepõem-se,
até formarem um cano
de arma,
que dispara para o
infinito,
pedras de toque do sonho



2022/09/13

Flor de carne

Podem passar desde já ao 
segundo ponto desta descrição,
o início não interessa,
há uma mulher desgraçada,
que grita aos sete céus porque foi
obrigada a esvaziar o ventre,
e fá-lo com sangue nas mãos,
e entranhas a escorrer-lhe pelo rosto,
numa mistura entristecedora de lágrimas
com noções de morte,...

não interessa perceber que o tempo
está nestas razões de amor,
e que o amor se perde porque nasce
sem cores,
passar ao ponto dois,
onde há uma cidade em bulício,
como qualquer outra a
preparar-se para a noite




2022/09/12

Não sei porquê, esta foto representa a loucura

Austrian artist Gustav Klimt and his cat. Vienna, early 1910s.
Photography by Moriz Nähr, colorized by painters-in-color

Tirado daqui

 

Subúrbios (escrever para o vídeo)



Aprendi a espraiar-me por todo o lado,

À falta de melhor verbo,
Contigo ao meu lado,
Estávamos sempre enfadados,
Indissociáveis e anti-sociais,
Sem nada para fazer,
Uma mão em cima do malraux mais próximo,
E a outra adocicada,
Em busca do sexo possível,...

Chovia multo naquela parte do mundo,
Mas não fazia mal,
Se não fosse muito para pedir,
Repetia tudo de novo

2022/09/11

Há cinco anos

quando eu disse
há cinco anos,
sentia a pele leitosa
dos teus seios na boca,
e as mãos trémulas,
a contornar as tuas,
e o frio personalizava a fome,
retraída como uma não-pessoa,...

lembro-me que
cada segundo
decresceu ao conteúdo
de uma gota de água,
e cada minuto a
pedir que se prosseguisse,
e um som acintoso do
medo da fuga que retraía a paixão,...

foi há cinco anos,
como podia ter sido antes
de ontem terminar,
e acabámos inúteis
no silêncio,
sequiosos na sede de
amor que pairava por acabar,
e com luzes pequeninas
a iluminar o percurso da distância 




2022/09/10

A dúvida

Maria, chamemos-lhe assim, regressou a casa onde desconhecia até a cor das paredes. Não soava a música, como já tinha acontecido, o som dos passos dos sapatos desgastados de meio salto que tinham sido da mãe, e que agora tornara seus. Esquecera o odor de cera entranhado nos tacos, que invadia as fossas nasais mal terminava o som do metal da chave no canhão da fechadura.
Estava iludida que havia de encontrar o que lhe parecia ser uma memória, no canto da cabeça, de um serviço de chá guardado numa caixa de cartão, a um canto do hall de entrada. Mas não. As paredes, achava que poderiam ainda estar pintadas com traços leves de marcador, como alguém lhe tinha dito. Mas também não. Restavam-lhe os passos, passos de mulher que ainda sabia dar. Era perita em esboçar uma linha reta, enviesada, com bissetrizes inseguras que a faziam passar do certo, para o incerto. Como sempre tinha gostado.
Uma deliciosa brisa dançava com ela, à medida que sentia que a noite de Outono era puxada para baixo, por um dia que já não arranjava razões para ficar agarrado aos limites do razoável. Nada ali já era dela. Por isso escolheu sair, e deixar atrás de si o mesmo som metálico do adeus. 



2022/09/09

Terapia

foi-me dado a
perceber,
que na terapia,
um suspiro é
um suspiro,
a ligeira certeza
de um aroma,
torna-se a morte,
e para  mais nunca
estou com toda a certeza
como razão,
num espaço curto,
e sem aroma como aquele,.....

assim,
ao vir a primavera,
tudo continuará igual,
sem que a dor de que
se fala vá embora,...

e na terapia,
nada mudará,
porque eu sou o mesmo,
e a razão também



2022/09/08

A uma janela

 A uma janela de distância,

O mundo enrolava-se como se fosse a sua forma única de chorar,
Um desejo feito mulher de nenhum homem,
Espreitava curioso como as formas desalinhadas do existir,
Se interpenetram,
Desviando-se da regra das coisas seguras,...

E pensava,
Pedia por sinais mais luz para que
uma vez não fossem vezes,
E nada mudasse nesta rotina sem cor,
Mas segura

 

2022/09/07

Quarta-feira, duas e tal da tarde

 assim eu quero ver
o que ainda falta por fazer,...

                      dizer o que não está implícito,
                        e assim se voa,
                          encosta abaixo,
                             nas asas de uma ave
despreocupada,
sem dono,
destino,
                       música de atino,
não há pressas,
para o que quero ver,
                e lambusado com o vento,
 sou eu o bicho voador,
que acaba uma vida
                embatido contra as rochas desgastadas,...

mas feliz



Sonhar a cores

Não me esqueci de sonhar a cores,
E em formatos desconhecidos,
Suspeitei de crimes sem sangue,
Mulheres instiladas de loucura,
que caminhavam desregradas por
sobre a saudade,...

ao mesmo tempo que uma voz doce,
mas culpada,
perfazia números e números de contas
por terminar,
enquanto me sentia a descer em escadas 
invisíveis,...

Havia luz naquele momento,
como o desejo remata sempre
as profissões de fé




2022/09/06

A luxúria

 A falta que me fazes,

O desejo,
A luxuria,
Tudo sem nome que partir significa,
E agora me escapa sem possibilidade de retorno,...

As pessoas falham,
As flores esfumam-se sob pena de o medo vencer para sempre,
Eu sei que assim será,
E sentir que não estarás lá,
Tira todos os azuis ao retorno da bondade e vontade de conter a insignificância,
De não ter com que contar nas noites 


2022/09/05

a defesa é o ataque possível

 falavam com o mesmo tom. debruçavam-se sobre os mesmos temas, e queriam tudo de igual. Até de manhã, quando o sol se insinuava, irregularmente, pelo quarto dentro, era com o mesmo sorriso, semelhantes trejeitos de olhar, e até de cheirar, que o recebiam.
Conheceram o destino em conjunto, naquele dia há muito tempo, quando a força os parecia abandonar em consonância com a inconstante dor que a solidão sempre dá, ao apoderar-se da vida de qualquer um. Ela anotava rabiscos de um jardim na sebenta de todas as horas.
Ele palmilhava sem destino, à espera talvez que o destino o reconhecesse como parceiro de uma sociedade para a vida. Olharam-se, de forma fugidia. Ela disse olá. Ele olhou para o irregular do chão basáltico, como que à espera que o protegessem de qualquer coisa, e de qualquer forma.
De nada serviu,....



2022/09/04

o silêncio não pode esquecer-se

por favor,
o silêncio não pode esquecer-se,
e debaixo dos pés,
os grumos de existência
por debaixo dos pés,
refletem a loucura da palavra,
mas a lonjura da falta do Verbo,...

dois corpos que se arrastem,
capazes de se amarem por uma eternidade
efémera,
nada representam perante a beleza
da comunicação interrompida,
a certeza de se estar ali,
por tão pouco tempo que
nada mais resista,
nem o ião mínimo do ser,...

o silêncio não pode esquecer-se



2022/09/03

o meu nome

O meu nome,
as fortunas possíveis por
um momento de identidade,
sentir chamarem-me pelas minhas virtudes,
em vez de por erros que nem sequer reconheço,...

O meu nome como luz
incontida,
Finos riscos que acompanham
a caruma congelada de uma manhã
tímida de inverno,...

Desconhecido,
à flor da noite,
o meu nome previsto e 
revisto como herança,
anónima mas palpável de
uma passagem incólume por esta vida



2022/09/02

Vidros baços

 


Ninguém gritou no Verão,
De janelas abertas,
Tantas palavras pareciam sufocar,
enquanto a carne entrava em processo de recolha,...

Embora lenta;
esta era uma desolação que,
enquanto vento,
atormentava mais a arte
de estarmos connosco próprios,...

Por isso nada adiantava 
encerrar o ser atrás de vidros baços,
Sem cor,
Que atenuasse o amor sentido desta forma,
Mas sem apagar a dor dos músculos
e tendões que sentíamos esventrados,..
.

Estamos vivos,
mas eis a prova de já nada nos acompanhar,
Longe da pequenez e da perfidia dos homens,
Formamos agora uma pasta impura 
e tacanha de sangue e entranhas,
Com este chão que já nada mais pare 
do que lamentos

2022/09/01

De cada vez que queremos beleza,...


 

Setembrando a 12 de abril


 A propósito,

Há muito mais ingenuidade numa solta decisão errada,

Do que talvez penses,

Errar significa estar indisponível para não crescer,

Para estagnar na inofensiva  virulência da vida,...


A ser assim,

Deixa-me conhecer os comentários certos antes de opinares,

Não estou pronto para ser corpo bordão,

De uma referência de vida que ainda nem tens 

Etiquetas

Poesia (1340) Vida (1233) poemas (663) Surreal (574) poema (521) pensar (503) escrita (355) poesias (318) Pensamentos (215) Escrever (210) Homem (197) Introspecção (197) ser (193) abstrato (190) prosa (151) Textos (117) introspeção (107) autores (106) Reflexão (98) imagem (92) Portugal (89) Um dia gostava de saber escrever assim (86) Sem Título (84) musica (84) youtube (84) Passado (83) Amor (78) Sonhos (78) Tempo (74) Literatura (69) Absurdo (62) Contos (61) video (58) Sórdido (51) Política (50) texto (45) tristeza (44) pensamento (42) foto (40) rotina (39) História (38) imagens (38) razão (37) Ironia (36) real (34) Música (33) cinema (33) gif (33) introspecao (32) Fantasia (31) recordar (31) Ficção (30) Desilusão (28) Recordações (28) Humor (25) Memória (24) Dedicatória (22) fotos (22) refletir (22) Morte (21) desespero (21) lisboa (21) pessoal (20) Divagações (19) existência (19) Comiseração (18) Desejos (18) dúvida (18) presente (18) Inatingivel (16) reflexao (16) viver (16) Regresso (15) irreal (15) quotidiano (15) saudade (15) videos (15) Natal (14) Tumblr (14) Viagens (14) abstração (14) ideias (14) solidão (14) Religião (13) razao (13) sentir (13) sonho (13) Pelo Menos (12) Rimas (12) Texto # (12) Vídeos (12) autor (12) escritores (12) mulher (12) sujeito (12) Menina perfeita (11) cidade (11) giphy (11) noite (11) nonsense (11) politica (11) sonhar (11) aniversário (10) arte (10) blogue (10) escritaautomática (10) sentimentos (10) 'Depois de almoço' (9) desejo (9) dissertar (9) ilusão (9) sombrio (9) surrealista (9) vídeo (9) Mundo (8) ausência (8) curtas (8) fotografia (8) futuro (8) livros (8) pessoas (8) poetas (8) prosa poética (8) racional (8) relacionamentos (8) Dia Mundial da Poesia (7) Suspense (7) blog (7) coisas estúpidas (7) dia (7) familia (7) filmes (7) filosofia (7) social (7) subjetivo (7) Discurso de (6) Diálogo (6) Homenagem (6) aniversario (6) datas (6) depressão (6) desnorte (6) dor (6) filosofar (6) gatos (6) lembrança (6) loucura (6) qualquer coisa (6) trabalho (6) Inatingiveis (5) adeus (5) belo (5) ciidade (5) comédia (5) concursos (5) corpo (5) curto (5) curtos (5) descrição (5) do nada (5) espaço (5) família (5) festas (5) ideia (5) imaginário (5) linguagem (5) luxos importados (5) língua (5) meditação (5) medo (5) paginas partilhadas (5) strand of oaks (5) Actualidade (4) Ali antes do almoço e a umas horas do sono (4) amargo (4) animais (4) auto-conhecimento (4) condição humana (4) conhecer (4) considerar (4) conto (4) crossover (4) espera (4) eu (4) festa (4) ilusao (4) interrogação (4) intervenção (4) poetar (4) realidade (4) sociedade (4) subjectividade (4) tarde (4) terra (4) viagem (4) violência (4) Gótico (3) Poemas de enternecer (3) Porsia (3) Vício (3) artistas (3) beleza (3) breve (3) campo (3) colaborações (3) conformismo (3) conversas (3) céu (3) destino (3) erotismo (3) evento (3) existir (3) falar (3) fim (3) imaginar (3) internet (3) irracional (3) lamento (3) lamentos (3) liberdade (3) link (3) manhã (3) mensagem (3) obscuro (3) outono (3) país (3) pessimismo (3) popular (3) porque sim (3) páginas partilhadas (3) religiao (3) riso (3) sem sentido (3) sentimento (3) silêncio (3) umdiagostavadesaberescreverassim (3) vida pensar (3) é meu (3) 'abrir os olhos até ao branco' (2) 'na terra de' (2) América Latina (2) Blog inatingiveis (2) Denúncia (2) Fernando pessoa (2) Livro (2) Poemas música (2) Poesia abstrato (2) alegria (2) amizade (2) angustia (2) animado (2) ano (2) ao calhas (2) armagedão (2) atualidade (2) certeza (2) decepção (2) desconexo (2) diamundialdapoesia (2) discurso (2) duvida (2) efeméride (2) ela (2) fado (2) falhanço (2) felicidade (2) frase (2) frases (2) hate myself (2) hesitações (2) indecisão (2) individualidade (2) infancia (2) instrospeção (2) insulto (2) interior (2) jogo de palavras (2) jogos de palavras (2) l (2) leituras (2) lembrar (2) ler (2) lingua (2) luta (2) luz (2) monólogo (2) nomes (2) parvoíces (2) passeio (2) pensar surreal (2) perda (2) personalidade (2) pessoa (2) pictures (2) pintura (2) prosas (2) prémios (2) psicose (2) questionar (2) revolta (2) ridículo (2) rural (2) saudades (2) sem tema (2) sensibilidade (2) sentidos (2) sexo (2) simples (2) soturno (2) spotifiy (2) statement (2) subjetividade (2) tradicional (2) versos (2) vivência (2) Africa (1) Anuncio (1) BD (1) Ferias (1) Gig (1) Haikai (1) Justiça (1) Parabéns (1) Poemws (1) Poesia escrita lisboa verão (1) Poesiaa (1) Poeta (1) Prosa cinema (1) Prosa mulher (1) Teatro (1) Universo (1) abstracao (1) acomodações do dia (1) acrescenta um ponto ao conto (1) admissão (1) agir (1) alienação (1) anseio (1) ansiedade (1) antigo (1) antiguidade (1) análise (1) anúncio (1) arrependimento (1) assunto (1) ausencia (1) auto (1) blackadder (1) brincadeira (1) canto (1) cartas (1) casa (1) casal (1) celebração (1) choro (1) citações (1) coletâneas (1) comida (1) conceito (1) conjetura (1) contribuições (1) cruel (1) crónica (1) culpa (1) cultura (1) curta (1) cálculos (1) desafio (1) desanimo (1) descoberta (1) desenhar (1) desenho (1) despedida (1) dia da mulher (1) dialogo (1) discriminação (1) distância (1) divulgação (1) doença (1) e tal (1) eletricidade (1) embed (1) escreva (1) escrita criativa (1) escuridão (1) estetica (1) estrangeiro (1) estranho (1) estupidez (1) estória (1) estórias (1) exercício (1) existencial (1) explicar (1) fatalismo (1) feelings (1) filme (1) fim de semana (1) final (1) fofinho (1) futebol (1) gifs (1) guerra (1) haiku (1) horas (1) horuscultuliterarte (1) humano (1) idade (1) imagem ser (1) imprensa (1) inatingível (1) indecente (1) infantil (1) inglês (1) iniciativas (1) internacional (1) inutil (1) inverno (1) jardim (1) já se comia qualquer coisa (1) lamechas (1) leitura (1) lengalenga (1) letras (1) links (1) livre (1) lugar (1) línguas (1) mario viegas (1) melancolia (1) memórias (1) metáforas (1) moods (1) movies (1) (1) nada (1) natureza (1) nobel (1) noite vida (1) novidade (1) não sei se um dia gostava de saber escrever assim (1) números (1) obras (1) once upon a time (1) outono quente (1) pais (1) palavra (1) palavras (1) participações (1) partir (1) paz (1) pensar vida (1) penssr (1) pensáveis (1) pequeno (1) percepção (1) perceção (1) pobreza (1) português (1) post (1) praia (1) precisar (1) problema (1) procura (1) promoção (1) provocação (1) proximidade (1) qualquer coisa antes de almoço (1) quandistão (1) quarto esférico do fim (1) raiva (1) rap (1) realismo (1) recear (1) recordação (1) redes sociais (1) remorsos (1) renascer (1) residir (1) resposta (1) reveillon (1) ridiculo (1) risco (1) ruído (1) segredos (1) sem titulo (1) sensual (1) ser pensar (1) silencio (1) som (1) surreal pensar (1) surrreal (1) sátira (1) sóporquesim (1) televisão (1) texto poético (1) tv (1) tweet (1) twitter (1) urgência (1) vazio (1) velhice (1) verbo (1) verbos (1) viajar (1) vida escrita (1) vida ser (1) vidas (1) vidasubjectividade (1) visão (1) voraz (1) voz (1) vuday (1) vulgar (1) África (1) ódio (1)