2010/03/28

Sair à rua como um tímido....


finalmente consegui
confortar o outro
lado da indecisão de
mim,
eis-me num planalto
de sonhos,
não passo da rua ao lado da
franca ilusão de
ser parcela,
ando a passo,
depois solto pelos
intervalos do que o ar
indelével faz às coisas,
tudo isto recitado,
soa a copo de água
cheio de nada,
brindo-o com a
minha sombra,
o indefinido parabeniza
o que resta do atrevimento
seco de perguntar,
soletrados os passeios
que restam no regresso a casa,
deitado me encontro na
cama de picos do
reflectir sem
destino....

Homenagem ao Zé Maluco, uma figura da minha infância....

2010/03/27

Texto #98

Afundado nos sonhos destes primeiros raios de sol dos últimos momentos da minha vida de infeliz. Sou marialva, numa inconsequência que a manhã lá fora, ao bater nas portas dos infimos mortais, descobre aos poucos, e deita fora. Deitei-me por sobre o fogo morto das ideias deslindadas e insuficientes, e acordo amorfo. Presumivelmente incapaz de determinar se são os pássaros chilreadores que me querem matar e incinerar, ou se sou eu que quero o mundo todo na alcofa do meu choro impassível. Raios para mim. Raios para tudo o que de feliz me entra pelas janelas neste dia amarelecido de tão bonito. Pintado de vermelho sangue morto, ponho pé-ante-pé com o intuito de desmentir o chão que me parece querer engolir. Lembro-me de todas as manhãs infindas como esta, que de tão sedutoras quase me tiraram a vida nas ondas intermináveis do choro.

Eles voltaram!!!!

2010/03/20

Inferno em menina


olhos de olhos de fogo,
contornos frios de uma chama
invísivel preta de santos
mortos,
amanheceres dos dias
do fim em que,
consecução de planos
são momentos arrefecidos
dos destinos
que marcam os choros,...


uma presa,
um desdém com
cabelos dourados
sentado à beira rio,
com um horizonte
indefinido a acariciar-lhe
o rosto de vermelho
ternura,...


preciso de sonhos,
gritava surdamente,
e chovia,
com cópias infiéis
de uma nostradamica visão
das coisas,
tudo caminhava a
pequeninos passos do fim,
escritos pormenores de
querer que a terra a abrace assim,
engolindo-a....

2010/03/13

Sono

Dizes de mim. Fazes de ti. Fazemos daqui, para ali. Tomamos como pedido, a razão escrita do sangue que escorre nas paredes. Deixem-nos por lá, onde o sono toma conta dos ouvidos ensurdecidos de choros...E por fim, lamentos de cor ébria. Como o silêncio.


Fever Ray - Seven

2010/03/11

Insolúvel solução de vida


fruto pardo pode
fazer com o sol,
o que solto escapa
à tenaz morta deste
não dia insolúvel,
espelho de chuva
abraça-nos mesmos,
com marca,
de águas secas e
escritas a tempos,
faço pêlo,
tiro a metro,
sangue daqui,
para o sorrir
que me adormece...

2010/03/05

Texto #99

As pessoas entravam. Ninguém reparava no sentido menor das dúvidas. E cabiam nos nós dos dedos, pequenas porções do sangue invisível que as paredes falavam naquela sala. Diziam de tudo, sobre a infelicidade pintada da vida que ninguém consegue explicar. Eram muitas, sendo só uma. Todos queriam o mesmo, pensando que seria mais coerente deixar paralisar a roda viva do mundo, deixando-o flutuar. Pessoas de fé. Gente correcta, com o que de correcto tem a vida aos solavancos na perspectiva das crianças a sorrir antes de chorarem. Do muco invisível que sai do último suspiro antes da libertação final.
Falei com ninguém, conseguindo partilhar tudo, com todos.
- Sou o Sol
reconheci para o mais velho dos velhos que ali, a conta-gotas, desaguava.
Respondeu-me com a lua que, corporeamente, se assenhoreava do céu moldado a cinzento que se despegava do dia. Apontava para os contornos irregulares daquela forma branca que conseguia apagar de todos o sorriso normal do que parecia ser o cumprimento efectivo de um objectivo de vida.
- Sou o sol, já disse. E quero respeito
senti-me assim, o mandante das coisas findas. Nada do que alguma vez escrevi faz sentido. Muito menos consigo falar . Resta-me apetecer mandar. Efectivamente ordenar, sabendo que ninguém vai ouvir-me. Mas acabarei este relógio feito dia, pensando que o consegui simplesmente por estar aqui. Mesmo a sentir o sangue a retornar, imparável, para dentro das minhas veias de onde escapou.

2010/03/03

Electricamente mãe...


aqui curto som destino,
frase parte de choro que,
que os matas,
sobram factos de mensais escuridões,
da luz,
do infindo contacto,
com a mãe,
areia solta,
lamentos juntos
no sol disto tudo,
que sem chuva,
arde,
sem sentido ter...

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