2010/10/21

Novo poema no Singelo, assim do nada....

..., e está aqui

Semanticamente mal escrito e derivado de nada ter para dizer no momento....


Amanhecia, e Cristo pensava como remediar o mal dos homens sem que o mundo pudesse tombar, e esvaziar-se nas contradições irremediáveis em que parecia negar-se a si próprio. Acordou os apóstolos, um por um, beijou a testa suada dos que já considerava seus filhos, e fê-los sentar-se em semi-círculo. Queria recriar a noite nublada e desprovida de estrelas em que veio ao mundo. De pé, com as mãos fechadas em concha atrás das costas, e no mais puro dos silêncios, tentava escutar a respiração do tempo que passava. O céu abriu-se então a meio, e da mão que descendeu, uma encenação da morte da raça humana abriu-se em esplendor, e sobrevoou a reunião de desesperados que parecia suster o peso do planeta. Deu a cada um dos acocorados a respectiva função. A um pintar o destino das crianças. A outro, suspirar apenas pelas mortes anónimas que pareciam polvilhar os segundos que tardavam em passar. Assim sucessivamente, até que a Cristo nada foi atribuído. Simplesmente rezar para que todas as missões destinadas aos apóstolos continuassem a ser cumpridas em solo português, e assim decorressem sem sobressaltos.

2010/10/19

Fome


na mão da fome mãe
o pequeno insofismável
crédito de quem o fez
chora,
pede colo do natural
enlevo da vida,
o carinho sem choros
colados ao rosto,
e a mão consola-lhe
a paz,
diz-lhe nada temas
fruto de constantes
guerras inconclusivas,
porque tu és o bom
do choro de todas
as terras deste universo,
de ti se fazem as faces
escuras e brancas,
amarelecidas pela dona
da morte e avermelhadas com os risos escritos nas
obras dos génios,
de ti florirão no perto
muitos poemas deste momento,
sem momentos a mais
a cena acaba com recortes do país que é
a madrasta dona destes
lamentos sem cor.....

2010/10/16

Li

Acabei de ler um génio, e apetecia-me tanto aquelas pequenas coisas que transpiram nos cantos das ideias difusas que sempre me inundam nestes momentos. Não sou para já nada. Escrevo ao desbarato em rebordos do tempo, e sinto-me pouco mais que o espaço que já ocupei com divagações que espero ainda vir a escrever. Do génio dissecado ficaram as variações uníssonas de que as melhores ideias estão em desvarios. No 'até que a morte me leve' da velhinha que só recordamos. No 'sabe bem matarmo-nos aos poucos' do bêbedo maluco que de vez em quando ainda acizenta os nossos sonhos. E perco-me tanto no que não consigo alcançar destas certezas indissociáveis da incerteza de viver. Nunca me perguntaram se vivo para escrever, ou sequer se a minha vida tem linhas tortas que já alguma vez se tocaram. A minha folha branca enegrece com a influência sórdida de querer que rebente em sonhos multicolores. E aqui me acho querendo ser génio em pouco menos que duas dedadas de rotinas repetidas....

2010/10/12

Regresso XII


se somos partes,
quais as suaves
evidências de mim,
um pedaço dissolvido
em pó de suspiros,
nesta inconstância de
querer com que o ar
envolva a carne que
os dias nos arrancam....

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