2008/04/30

Refeição a sorrir em mel podre



Desenhar o desenho de um rabisco
quente, que se fez traço,...
À luz de penas tristes,
Desesperos de lonjura,
Sou mesmo um alfabeto,
Vida com entoações de lanche,
Quase falta de suspiro,
A começar noite de aula,
E aprender a somar o diminuto,
Recitar a auto-divisão,
Decompor uma multiplicação de erros,
Rabisco quente esquentado,
Em linha de morte azul,
Foge de mim, a fugir,
Encontra-me no neutro,
De um purgatório que sabe a limão.....

2008/04/29

Nas protuberâncias


Caiu a ideia aos pés de um ladrão. Ideia escarlate, cobreada nas pontas, e com cabelos compridos. Não chovia. Mas também o sol não existia. Seriam duas estrelas, quatro nuvens de cinzento amarelado, e vento. Sopros alagados em cálida confiança criativa. Caiu a ideia aos pés de um ladrão que,...
escolheu seguir caminho.
Vestia dois pedaços de trapo enrugado. Cobria pernas rameiras com sarapilheira,...roubada. E calçava o sonho.
Porventura dois meses de pedaço de paraíso, à porta da casa do dono da cidade onde nascera. Valeram-lhe um par de botas, já gastas, e mil meias de cores diferentes. Já rasgadas.
A ideia não serviu, porque o homem também não quis compromissos. Não é ladrão de ideais. É consumar de uma série de equívocos, que fizeram dele o que levava para almoçar, e o que trazia do jantar de cardeais do que fácil nasce, e rasteiro morre.
Ideia caiu do céu. Não interessa a ideia, porque acabrunhado já estava o anjo que a chutou com a biqueira do meio pé que ainda lhe resta. Fica a preponderância que um ser onírico poderia ter tido.

2008/04/28

Mortos a almoçar porque não jantaram e têm fome...


Água,
De madrugada,
Feliz remela de olho,
Que brilha,
Que se apaga,...

Lento,
Sou lento e amasso,
Amanhecer de fermento,
Porque o bolo é da rainha
Sem regaço,....

Dedos,
Tu que és vida,
Sem me dar regredos,
Beijas-me a cheirar,
A margarida,....

Tempo,
Nocturna fruição,
Que se esvai,
Lamento,
Queimo a colocação,...

Dia,
Chegou porque a eulogia,
De uma alma que se esvazia,
É a minha morte,
Que não se avalia....

Menina perfeita à chuva V

Rolou na cama de sonhos que lhe compraram como presente de nascimento, e apanhou as letras. Era um dilúvio. Pressão craniana que o mundo trouxe, simplesmente num fechar de olhos. O ‘A’ deu-lhe segurança. Pintou Zês nos céus de chumbo lacrado a sangue. E o ‘R’ de revancha. Tornou-a mulher de somenos importância, e menina aberta ao conhecimento. Lembrou-se de Deus, servido numa bandeja de fruta em casa do barão do sétimo céu. Provou o pó que lava a cara da mãe que perdeu o filho esganado em fome.
E juntou os gemidos da palavra amor.
Escorria chuva fétida. Gotas que cheiravam a peixe, podre, e indecorosamente livre da palavra humanidade. Se somos o que pintamos, nunca poderemos ser o que lamentamos. E então levantou ossos. Deixou a alma no chão, onde pensou que tinha perdido a virgindade do sofrer. Mas levou o corpo. O sol reinava, algures ao fundo de um céu octógono. Menina frustrada, à chuva de amo-tes que sabia existir. Mas que nunca havia encontrado.

#I, #II, #III, #IV

2008/04/18

Parque Jurássico



Recordo-me do tempo em que os sentimentos tinham caudas de dinossauro. Apêndices cinza morte, que rabejavam enlatados em fracasso antecipado. O tempo era de chuva em conserva, que tresandava a azeite podre. Um odor de medo, que não dizia ao tempo que era tempo.
Dizia-lhe que os sentimentos são monstros, irmãos de arranha-céus. Que esmagam noctívagos ensimesmados em donos do mundo, transformando-os no cuco do relógio da morte. O relógio que importa à noite, e chia avariado de dia.
Finado o último som grasnante de irracionalidade paleolítica, ficaram dois desertos. Um de flores turvas, que se achavam feias, e por isso mimetizaram-se numa só; a flor de silêncio comprometido. E o outro de aço. De pé, a chutar pedras para o riacho dos suicidas, admiro a extensão do mesmo. Perdi duas vistas transparentes, e cheiro com o sentimento de fruição que me ficou.

Manobras orquestrais no escuro



Porto quer fundo,
Mar de lâminas feito,
Ponte longe de um mundo,
Que voa,
Asas pintas tu,
Corpo meu de imaginar,
Alma que lamento,
Vi quasares,
Daquela ponte que desenhei,
Senti buracos negros,
E escrevo fosca matéria,
Para fumigar peitos,
E acalmar sonhos tristes....

2008/04/17

Early morning smile

Quando acordaste, penteei o teu sorriso de cabelos azuis-turquesa. A escova? O amor por ti, de vivências feito, que trago pendurado de coração-ilha, preto vulcão.

2008/04/16

Menina perfeita à chuva IV

Feliz de dia quem lamenta o que não fez à noite. Infeliz ao deitar ela. A menos esforçada alma transparente. Que sempre penteou os cabelos louros pensando que eles eram azuis. Que sempre pintou os lábios transparentes, esperando que eles fossem pretos. Negros de morte. Daquele desaparecimento espiritual que leva a pintura de vida de quem faz realmente falta entre os quatro cantos de um planeta esférico.
Teimava em acidificar, a chuva. Não seria um aguaceiro, porque o céu lembrava mar depois de naufrágio poluidor. Mas também não era o dilúvio, porque o fim do mundo sente-se.
Entranha os ossos sem ser chamado, e faz das lamentações sangue amarelado. Pasta que lambuza a cara dos sofredores, e deixa os felizes, contentes até ao fim do segundo que vem a seguir.Menina frustrada, à chuva. Lembrou quando aprendeu a ler. Foi uma festa. Uma tempestade de sabores que a vida brinda em bolo de aniversário.

#I, #II, #III

Salvador e Gala II



De costas,
De tela,
Antebraços forçam,
A palete que és de noite,...

Amar demais ao menos,
Porque pinto,
Labirinto de médios tamanhos,...

Assobia vá lá que,
O salvar não deu,
Para médio Salvador,....

Gala de explodir,
Costas são tela alva,
De tigre quase a ruir,...

Quiromante que arranha,
Amor feito de morangos,
Lábios que a sorte desenha,....

Médio de luz servido,
Quando recolhes braços,
E morres como líbido....

Sul falador



Martelo de meio-dia,
E reluz no copo
de todos os dias,
‘Ti Alfredo’ em cassete de sempre,
E o Sul fala,...

Fere menino que canta,
Esperanto em ladainhas,
Quer ler, sonha com o sonho,...

Flor de mãe murcha,
E a banha frita,
Coração que dormita,...

Martelo sois pai,
De copo que regurgita,
Tristeza enlatada,...

Sul falou pelo falador,
Eco de trovão,
Em anoitecer que cheira a manhã...

Salvador e Gala I


Louco,
‘Quo Vadis’ de noite,
Gato flui de botas,
Ela caiu,
Ela sumiu,...

Aqui, lerei confissão,
Diz tu, o que se vê dali,
Inodoro corrupto,
Inviável destino,...

Rei luva de pele,
Quis rainha mariposa,
Comeu coração,
Arrotou razão,...

Salvador de cera puxado,
Li a sina em bigode,
Tic, hora, tac,....

Sim, que vi dragões,
Jantei mais de dois faisões,
Em tarde de perdições,....

Louco,
Assinado,
Dois Ases,
E a gadanha....

2008/04/15

Menina perfeita à chuva III

Clamor de chuva. Porque o líquido desfaz sentimentos. As estrelas choram, porque não comeram. As estrelas moram por cima da cabeça das pessoas que são pessoas. Não dos seres que rastejam em banho-maria de lama. Menina tomba de cadeira de pau podre, imóvel. Sempre com olhos vazios. Clara de pele.
Escura de alma, porque a alma faz entristecer o coração. E quem não tem coração, não pode ter uma alma viva.
É isso, falta de coração. A aparente morta de vida, estava viva de pensamentos laqueadores. Coçou a cara, e flagelou a nítida vontade de voar. Queria, mas não podia, sentir fronhas de andorinhas em debandada a roçar-lhe na cara. Pensava pouco. Reagia o que podia. E a reacção, bate sempre mais fundo que a acção.

#I, #II

A Lagarta


Caso a alma pese mesmo 21 gramas, Manolo vai matar-se. Assim como assim ele já não tem razões para viver. Perdeu o lugar de Pastor na Igreja, levou um tiro na barriga da perna direita, e começa a acreditar que o mundo não é quadrado. Sim, porque os ciganos avaliam tudo na perspectiva da linha recta até à curva, sempre em frente até ao entroncamento, e depois virar à esquerda. Manolo está farto. Quer saber a que sabe o interior da caixa de espinhos de um ouriço.
E não, nem pensar, de forma nenhuma, assumir como possível que as feiras devem fechar logo depois de almoço. Aliás, Manolo acredita que só quando dançar uma rumba melancólica, é que vai assistir ao renascimento do negócio tradicional cigano. Neste, ou no outro mundo.
Aquele peso no peito é que não o larga. É uma coisa farta, que enfarta, e que desgraça. No outro dia, Manolo estava sentado no banquinho de verga que todos os fins de semana encosta à banca,...Aqueles momentos em que é preciso recuperar o fôlego, e pensar no que fazer para o jantar. Num instante de segundo, quando passava os olhos cansados pela contracapa de um DVD, leu que a alma tem peso.
Vinte e uma gramas será, mais coisa menos coisa, o peso de uma lagarta. Daqueles bichos que se juntavam ao guisado que ele comia no acampamento, quando era catraio. Encarquilhadas e gosmentas, se calhar vivem a dormir durante a existência de uma pessoa. E, de um momento para o outro, entram pela boca do estômago e transformam-se em solitária. Caiu um dente a Manolo, e nasceu-lhe uma verruga no fundo das costas. Será porventura o animal a armar-se em esperto.
Liberta, a única ‘romani’ da história de olhos cinzentos, que só não foi deserdada porque dá uns ares a Satanás, diz-lhe que ele abusou dos torresmos. Manolo acredita, mas dá o desconto. Liberta é daquelas mulheres que se desfaz ao toque. Seca por fora, seca por dentro, e só apetece abri-la para ver se tem lagarta. Enfarta não saber se se é homem, ou se se é uma aberração. Deus parece ter sempre uma especialidade escondida na manga, e o cigano é a cobaia.
Diz que se se acender uma vela, e se espetar com ela no terreno lavrado de uma casa onde se tiver acabado de roubar duas cabeças de cavalos, o enfartamento passa. A lagarta morre, e tudo acaba.
Com um cigarro de palha numa mão, e um bordão na outra, Manolo desanima. Não é ladrão, por isso só morrendo é que vai saber quanto pesa a lagarta. Se tiver as tais 21 gramas, ainda poderá dar para Liberta adoçar o guisado que vai fazer a seguir ao funeral.

2008/04/14

Mulheres de crânio piramidal


Calamitosa percepção da vida,
Em embalagens de pó-de-arroz,
Mulheres de crânio piramidal,
circundam a mesa de bicos disformes,
e disputam à vergastada,
resquícios de felicidade decantada,
Morre a que primeiro comer um pedaço
do feliz cromo que Satanás despregou da
caderneta da morte,
Vive a que, por último, consiga
não tirar a mão do cão de chuva,
que ladra, e grita aos sete céus de cristal,
Perdão por números de tristeza,
validação pelos desdéns do bicho ‘não-alfa’,
Nevam flocos de ácido sulfúrico,

E o pó-de-arroz derreteu...

Menina perfeita à chuva II

Bastava só que acreditasse em mundos paralelos. Rapaz de pó, vezes entrega total, igual a amor. Paixão de povo lutador. Mulher que entrega. Homem que aproveita. Mulher que dá. Homem que explora.
Simples amor de dois corações em equação fatal. Menina que sorria, e o sol voltava. Desapertava o edredon de chumbo que o céu cinzento usava para se tapar e, a custo, vinha acariciar-lhe um rosto incapaz de suster cascatas de lágrimas. O pior são as dores de hesitação. Menina perfeita que tratava por tu o dedo indicador de Deus. Acatava ordens hermenêuticas. Acreditava que a vida tem de ser pior, para um dia, um longínquo dia, consiga finalmente ser melhor. E o vento percebeu. Entrou-lhe pelo coração dentro, rasgou a frágil barreira de seda que ela própria tinha tecido como segurança, e traiu-a. O azar bafejou. Soprou. Enrolou a língua, e arremessou a tristeza. O rapaz de pó desfez-se, no meio de dois trinados de pardal moribundo. Ela não chorou. Apenas emudeceu. O dia acabou, deitou-se na cama de lamentos que o acolhe há séculos, e a noite saiu para caçar. Menina sentada em cadeira de pau podre, com vestido de cambraia imóvel.

#I

2008/04/13

Omni(palavra)presente



Palavra de palavras caras,
Do que o mundo se esqueceu,
E clara manhã reconverteu,
Em suspiros que cospem aparas,...

Ousei amainar,
Lamento de felicidade,
De palavra para rejubilar,
Como Ansião sem idade,...

E palavra que educa,
Fala à noite trémula,
Numa hora uma maluca,
Num segundo, cheiro a rúcula,...

Palavra de platina pobre,
Camponês, triste sol,
Vida deitada sobre,
Ruas de luz formol....

Manifesto anti-'antiescrita'


Escrever? E porque sim. Já que o mundo se esqueceu de somar as desvantagens que arriscou ao assinar o projecto de construção da nossa massa encefálica,...que arrisque quem foi arriscado.
Desague-se um rio de ideias ‘abarrajadas’. O encéfalo, esponja amorfa que dorme de dia, e ressaca à noite, merece o desdém de gastar a ponta dos dedos em teclados de computadores que grunhem por reciclagem. Perder unhas de podres a pentear o nosso ‘Clark Gable’ de taberna.
Dormir meia hora, depois de uma noite a ajeitar um machão de pêlos nas costas, em cima de uma trintona que fode para resvalar no abismo da razão microcéfala.
Marronizar a ferida que racha o crânio do padre pedófilo, justiçado por uma aldeia de saqueadores justiceiros, e profetas do armagedão em dias de Sol.
E quem diz o contrário,...quem vendeu a imaginação à oferta menos sublime,...meta a viola de cordas partidas no saco, e imigre para Saturno.
Estou farto dos castradores de pensamento. De quem censura os ‘não-comprometidos’ com os comprometimentos. Lavar a roupa suja da polivalência criativa, dá orgulho, faz crescer, e ao menos sempre faz ignorar rotações diárias de um planeta que se ‘auto-frita’. Li barbaridades de cuspidores de argumentos bacocos. Gentalha que faz da luta de classes suprema, um apóstrofo no livro de cheques do capitalista. Intelectuais de cangalhas de massa, que mascam ‘ses’ cansativos.
O mundo salta à corda lá fora, e tu, intelectual que veste roupa interior kantiana e zoroastra, fechado no quarto.
Viva a escrita. Mil ‘eferreas’ ao desvario de dedilhar. De pensar. De conjecturar. De viver.

Menina perfeita à chuva I

Fez de si um borrão em carta de despedida de vida. Falhanço criativo, em noite de chuva. Tempestade aiurvética, acompanhada com a cavaleria rusticana de dois trovões que caem no mesmo sítio de um quintal de nespereiras de acervo. Tratava-se de uma indefinição subjectiva, que a acompanhava....
Refazendo a ideia,...
que se colava à pele de quinquilharia que sempre quis arrancar.
Foi a menina., sim, experiência genética ‘não alfa’, que chorava aos cantos da escola de cantos redondos. Nunca sabia o que tinha, sempre soube o que queria.
Mas diluía-se em expectativas indefinidas de felicidade gótica. Quis casar com um dragão de masmorra de castelo, e ser feliz à sombra de uma nespereira de acervo. Desistiu, quando o mundo um dia lhe disse que as meninas são pingos dos anéis de Saturno, que esperam o fim a qualquer momento.
Tudo estaria alegadamente dependente de Deus um dia se aperceber que tinha errado ao criar uma raça humana que se levanta, quando o dia nasce, simplesmente para se deitar quando as estrelas se alimentam, com a sensação de desprezível alegria astrológica.
Teve flashes de felicidade meteorológica. Adorava sentar-se em cadeira de pau podre, e sentir a frescura das chuvas de Outono. Caracóis de um louro desmaiado humedeciam ao passar dos segundos, e tornavam-na parte de um ecossistema de renovação. Terra, água, e ar, embalavam a pessoa de indefinições em desejos de aspiração divina.
Para depois gozarem com o sorriso de neve que sempre a matou por dentro. Sofria com o vestido de cambraia que a avó de afectos lhe bordara. Serviu o cós da saia muitas vezes para assoar fluidos de vergonha.
O rapaz de pó acariciava-lhe o rosto, e prometia-lhe redenção. Ela não existia. Mas ela poderia vir a ser caso sério de amor incondicional. Sem réstias de arrependimentos.

Clamor em buraco de coração de papel



Discursos, em poleiro suez,
És dente de cão submisso,
Pastor difamado pelo Sol,
Rio que não espera pelo salmão,....

Expandes ao núcleo hiperbólico,
Em avanço de nuclear assassino,
Que retrai, contrai,

D’ouro melena cálida,
Pois, é semiótica,
E que parte pedra marciana,...

Com o mundo a escorrer,
E a palavra a fazer-se tempo,
Pintaste,
Aligeiraste,
Facilitaste-me,...

A verdade acalentada,
Brota de ti,
Porque por ti,
O silêncio congela,
Aos pés velhos de uma fada,....

2008/04/12

17h41 de pijama


E os focos dos pensamentos grávidos? Adoro-os gémeos, a reagir ao minimalismo humano sempre que a noite nasce tempestuosa. Dissolvem-se em medo, concubinado com o tradicionalismo.
Mas não deixam de ser adoráveis aos olhos de quem quer criar obras com asas. Daquelas que voam para Sul, quando o Outono chega.

Poemas vingativos nunca venderei

Vendo poemas que não indiciem atrocidades comuns.
Negoceio com base no acompanhamento espiritual de um xamã, doutorado em mistérios ininterruptos.
Dos seres inquisitórios, que comem aparições de santas redentoras ao pequeno almoço, e acompanham com uma meia de leite.
Servindo uma causa, um equilíbrio precário, vendo poemas que não prestam. Sonhos remelosos, em que crianças anafadas, soberbas redomas de culpabilização de casais de meia idade, morrem. Sentadas em secretárias acinzentadas de uma escola de interior, revezam-se com o colega do lado na procura por um amanhã de sonhos cumpridos. E, de repente, tombam. O colesterol poderá escorrer pelos pavilhões auriculares, dependendo do jantar do dia anterior.
Pegar em livros de cheques, e eu vendo um poema. Prometo acompanhamento em versos de chumbo. Metáforas oleosas, seborreicas mesmo. Cliente,....deixe a folha ao sol, e no ângulo certo, sentirá a melanina pronta a invadi-lo em ondas de prazer inefável.
Talvez, um dia, venda poemas de esperança. Aforismos preparam-me para composições evolutivas. No primor de um amor que não desilude, e que termina num miradouro, a contemplar um pôr do sol vermelho, que comeu feijoada de ozono ao almoço.
Agora nunca. Jamais. Em tempo algum me verão a vender poemas que o homem pode considerar vingativos. Recorrer a neurónios que dormem mais de 23 horas por dia para, num carrossel de minutos, dar mostras de personalidade doentia. Recorrer a imposições de um bom gosto duvidoso, para espezinhar conceitos. Pessoas mal formadas. Situações que o tempo se enganou a produzir.
Considerarei, Deus assim mo permita, vender poemas de lua rabujenta. Injuriar daquelas senhoras que fazem amor com o treinador de golfe, e depois masculinizam maridos que chupam havanos como se ornamentos fálicos fossem,...isso sim.
Mas poemas vingativos. Nunca venderei.

Setas de porcelana


Queres olhos de remediar,
Para que eu queira setas de porcelana,
Fruir-te em riacho,
Com pirilampos a luzir,
Que descamam olhos que querem bem,

Um simples estás a chover,
Serviria para me deixar bem,
Sem que o mundo frivolizasse de vez,

Um olhar acalentado,
Tipo nuvem,
Coisa corredia de fim da Primavera,

Evitava olhares de remédio,
E massacres

Sem que eu quisesse,
setas de porcelana...

2008/04/11

Mutação


A pele crioula,
Criolina de alma suja,
Sujidade com vinho derrotado
topa, feliz carcereiro
que em olhos de funcho,
Urze em mãos suaves,
Disforia suada de
noite dormida
à bolina

Flor da Mesopotâmia


Conservo-me no marfim líquido do tempo, porque o tempo não bule. Deixa a chama que importa, em inércia propositada. E range. Range o segundo que envelhece. Range o minuto que rejuvenesce ao sol.
Planta-me um girassol no coração. Posso dizer que fui, o que não sou agora. Húmus de vida clamorosa....

2008/04/09

Ciprestes


Falangeta,
Mexe,
Porque,
Senão rebentas,

E chora,
O planeta,
Goza,
É mau,
Desgosta-te,
Goza-te,

E o moderno,
Não és tu,
Nunca foste,

Também,
para quê,
Saltares
mais
alto,

Falares,
aos berros,

Polires,
O sapato,

Se tudo
acaba amanhã,

E o
contemporâneo,
Não fica,

Falar com
tino,

É morrer,
aos poucos,

Fluir,
o imobilizar,

Beijar,
O bolor,

Cortar,
o coirato,
podre,..

Mesmo,
Encalhado,
Arrasado,

Desmobilizado,
Afectado,...

És gente,

O sonho,
Tem um
sorriso
para ti...

2008/04/07

Girassol esvaziado


O mundo acocorou-se,
Calcanhares em sangue,
Alma de manteiga,
A segurar a dor,
E fez chover,
Chorou a chuva,
Trovejou o lamento,
Berrou o quanto ama,
No fim, implorou a vida,
Deitou-a ao sol de cordel,
Fez dela a dama,
A mulher que vilipendia,
O ser que passa fome,
E atormentou-a,
Mentiras,
Foi o que garatujou,
Foi o que assegurou,
Sem desdenhar,
Sempre com Oriente,
E a dois segundos,
A um passo do fim,
Matou-a,
O mundo acocorou-se,
A escravatura adormeceu....

God save the queen


Brincava com um ser vivo magnetizado, que boiava na última canja que degustei antes de me tornar asceta. Em voo rasante, um insecto amorfo percorreu metade da minha auto-estrada de pensamentos. À portagem do atrevimento, morreu esmagado pela polícia dos maus costumes.
Terminei a refeição sem sequer perceber a maldade de um mundo que amputa a cromatografia ao menino menos prepotente da existência. Levantei-me, cirurgicamente removi a tampa do caixote do lixo, e entreti-me a assistir à decomposição de escarros. Fluências do divino que me envenenaram.
Talvez morto, provavelmente à espera de lugar na fila para a redenção nobiliárquica. Inspirei, expirei, voltei a inspirar, e soltei um traque. Soube-me bem.

Pronto para mais divagações subliminares em dias de chuva?

Cantiga de mau amigo


Sinfonia de um olho só,
Ferrinhos, senhora de metal,
Sois cinzenta de espírito,
Como se este pintasse,

Se ele fosse de rapé,
Toque com um olho só,
E sorva, senhora,
Ondas de rapé,
Que o mundo esvai-se,
E um minuto são mil vidas....

Luta de classes


Martelo em consciência,
É tortura,..

Fome de luz,...

Petiz que rasga,
Cueiros de lama,...

À foice o sustento,
Que resvala,
Reluz,...

Aos ombros da mulher triste,
Que implora,
Adora,
E chora,...

Homem que se envenena,
À luz de querida perdição....

Mesozóico recomeço


Talvez aos sete,
Setenta vezes um sorriso,
E um afago de alma,
Incentivo ao incentivar,
O respirar de quem fez,
A alma de quem criou,
Para que talvez aos oito,
Se desligue o desligar,
Primeiro que o último choro...

Onze menos um


Fico em nós,
E o que gosto,
Desgosto ao sol duro,...

Nós, és tu,
No eu de bem querer,
E no se, que pulsa,...

Tu, nós por vezes,
Porque o eu,
Esconde o que não é,...

Eu a recortar,
Colar e admirar,

O três que o futuro traz,...

Dia e noite dixit


O dia que envia,
a noite que não se atavia.
Por remorsos de eugenia,....

O dia mal resolvido,
Num armário comprimido,
Com tudo de reprimido,...

Dia que chateia,
Sob as cinzas de Pompeia,
Fácil onomatopeia,...

Noite que descansa,
Feliz quando lança,
Dia em má andança,...

Para quem cansa de dia,
Noite não aprecia,
A pena em supremacia,...

Poeta mau e feliz,
Pensando ser petiz,
Intriga galileica rediz...

2008/04/04

Rato em chamas



Os pulmões encheram-se de confetis,
E encolhi,
Fui até à medula de um rato de esgoto,
Que funga a milisegundos de ti,....

De olhos que cravejam sangue,
E mãos trémulas,
Suei com o lume que te envolvia,...

O mundo expirava saúde forjada,
Como eu abria o estômago a latejar,
Enquanto a alma fraquejava,...

Fogo fátuo de equívocos,
Senti-me a carbonizar,
Desfazer,
Lento domínio de dor,...

E foi a translação de pesar,
O que me descarnei,
Que me trouxe ao tinto tilintar....


Dedos gordos


Há dias em que tens indicadores esquerdo e direito, gordos. Massas disformes, que tremelicam a cabeça ao sabor de incompetência quando martelam o teclado do computador.
A tua incompetência.
O que tu não sabes fazer pelo mundo que te cuspiu de um útero que já começa a ficar velho. Criativo, serás quando as sereias dormem. Na altura em que o mundo deixa de ter coisas interessantes para contar, e tu te agarras aos dedos gordos.
Dignos de confiança, serão. Talvez, controlar a cona purguenta de uma puta de esquina. Aí, não te saias mal. Caso te empenhasses.
Há dias em que tens indicadores esquerdo e direito. Anafados, sem esperança de dieta milagrosa. Incompetência, definida à sombra do rodapé da cama onde te escondes, escreve-se com nuvenzinhas de banda desenhada.
Fluência em poderes fantásticos. Rodar o dedo, gordo, e mandar o prédio do presidente da câmara pelo cu do planeta. E tudo porque ele te aumentou a contribuição autárquica.
Peidares uma rosa florida, e com ela casares com a mulher divina. A gaja que fode com um milhão de homens desiludidos ao mesmo tempo, e ao mesmo tempo come uma mousse de chocolate podre.
Arrebanha o par de pernas que te nasceu em dia de chuva, e anda. Pára só quando perderes esses dedos gordos. Criativo.

2008/04/03

A Setúbal (Manuel Cristal)



Manuel Cristal sangrava das gengivas. Aliás, boca diminuída, com dentes gastos até ao tutano. Mas nunca, nunca desdenhava um sorriso, de orelha a orelha, mal a manhã rasgava.
O Verão tinha nascido há dias. O sol dava mostras hercúleas disso, levantando-se no horizonte em fios de aço. Coisa dura, levar no coiro com um calor que fazia borbulhar as águas pasmaceiras do Sado. Manel desdenhava os dias em que não conseguia banhar as ideias limitadas nesse fenómeno.
Entre as seis, e mais uns piquitos, desmontava da bicicleta.
Tinha um recanto, na Doca das Fontaínhas, onde guardava a pasteleira. Ficava acorrentada a uma cabine telefónica que se acinzentava de abandono. Velha, mas que mesmo assim fincava pé no chão que gangrenava com raízes de árvores centenárias.
Que se volte ao sorriso de Manuel Cristal. O primeiro que conhecia a luz do dia, saltava por nada. Simplesmente porque viver numa terra em que o ar cheira a arrotos de deuses, tranquilizava-o. O segundo, tinha como receptor o tal sol de aço. Manuel nunca se apercebeu de como quem cria, o que aquece, gosta de quem se conforma como foi criado.
Prova disso:
era uma pasta avermelhada o que lhe gotejava da boca. Ao terceiro, quarto sorriso, quem o conhecesse de novo, virava a cara. Os que andavam com Manel na algibeira, habituaram-se. Gostavam de quem agradecia ao rio pai, e à serra mãe por estar vivo. Sebastião da Gama chamou a pessoas como Manel “os indiferentes da vida”, e amava-os de coração.
O sorriso de Manuel Cristal valeu-lhe até a morte. Um dia estava sentado a olhar o Sado. Nossa Senhora do Bonfim fitava-lhe as costas, e a Arrábida admirava-lhe o sorriso. Manel agradecia à vida, sorrindo. O coração simplesmente parou, e um corpo amolgado das danças embaladas pela voz cansada do Chico da Cana abandonou-se ao descanso eterno.
O Sado engoliu-o, simplesmente porque o escritor assim o quer.
Não faria sentido bajular uma cidade, e esquecer que as coisas que valem a pena, são até para valorizar quando se descreve um fim. Um ponto final.

2008/04/02

Homem inquestionável


Perguntar, ...
o inquestionável feito homem.
Nasceu de uma falha no descontínuo
espaço-tempo,
Filho de lapsos temporários de memória,
hemafroditas.

Na terra das certezas,
Era louro,...

Sedutor pedaço de dúvidas,
Flirts com mel, romances de chumbo,
Corações que salivam estrogéneo,
Calibrados em sorrisos de porcelana,
Certezas reféns de ausências de incerteza,...

O inquestionável feito filósofo,
Gostava de caminhar com botas materialistas,
O mundo pede luta,
E as classes pedem falinhas mansas,...

O homem garboso por questões,
Já comungou uma greta suada,
Bebeu com quem pensou o impensável,...

O inquestionável feito homem,
Perguntar,
De quem é a caneta feita arma?

2008/04/01

Nunca matou o sempre



E o nunca de calças,
Knock, porta batida,...

Belo, sempre, uiva,
Crime, invasão!!!...

Vácuo de luz,
Punho lateja,
Assalto, casa de basalto,
Calças de sangue,....

E o sempre gasta rótulas,
Nunca tilinta,
De cobre já pinta,....

Morte só às vezes,
Insultos suezes,
Vida é polícia,...

Sempre com torrões,
De ouro os botões,
Pá. Já a viu,...

Nunca recomeça,
Samba, é bom à beça,...
Bum, tchakabum...

Ser em caminhada de linhas


De cada livro que folheamos, salta o enredo, e depois a história que nos deixa mudos. Falsas transposições de limites visíveis. E o que é possível, torna-nos inseparáveis, e unos até ao núcleo.
A cada um o que restaria se a partição fosse até à milionésima casa, subtraindo o que escapa ao cálculo exacto. A molécula que faz os noves em prova.
Ler nos placards da vida televisionada. E se caminhássemos,...talvez sem destino? Acredito que já se desfez. No geral.
A diferença está no que já nos tornou iguais, e hoje perde-se no que luta para fazer de nós discriminados. Certeza barata, mas incomportável, por talvez estar errada.
Desenhar uma abstracção viva, que come e peida restos de alma. Somos nós. Falta pegar na bandeira, e andar, ..
Caminhar,..
Rastejar,...
Se já se marchou do nada, como se deixa que o nada hoje seja o que não resta dúvida? Provar o contrário, é cortar as asas de quem nasceu para voar, e ouve:
Morre.
Se ser, é barco para a abstracção,...Que se seja, em doses de adição. Ignorá-lo, é recusar o concreto de um quadro de aspirações.

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