2008/04/07

God save the queen


Brincava com um ser vivo magnetizado, que boiava na última canja que degustei antes de me tornar asceta. Em voo rasante, um insecto amorfo percorreu metade da minha auto-estrada de pensamentos. À portagem do atrevimento, morreu esmagado pela polícia dos maus costumes.
Terminei a refeição sem sequer perceber a maldade de um mundo que amputa a cromatografia ao menino menos prepotente da existência. Levantei-me, cirurgicamente removi a tampa do caixote do lixo, e entreti-me a assistir à decomposição de escarros. Fluências do divino que me envenenaram.
Talvez morto, provavelmente à espera de lugar na fila para a redenção nobiliárquica. Inspirei, expirei, voltei a inspirar, e soltei um traque. Soube-me bem.

Pronto para mais divagações subliminares em dias de chuva?

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