Caiu a ideia aos pés de um ladrão. Ideia escarlate, cobreada nas pontas, e com cabelos compridos. Não chovia. Mas também o sol não existia. Seriam duas estrelas, quatro nuvens de cinzento amarelado, e vento. Sopros alagados em cálida confiança criativa. Caiu a ideia aos pés de um ladrão que,...
escolheu seguir caminho.
Vestia dois pedaços de trapo enrugado. Cobria pernas rameiras com sarapilheira,...roubada. E calçava o sonho.
Porventura dois meses de pedaço de paraíso, à porta da casa do dono da cidade onde nascera. Valeram-lhe um par de botas, já gastas, e mil meias de cores diferentes. Já rasgadas.
A ideia não serviu, porque o homem também não quis compromissos. Não é ladrão de ideais. É consumar de uma série de equívocos, que fizeram dele o que levava para almoçar, e o que trazia do jantar de cardeais do que fácil nasce, e rasteiro morre.
Ideia caiu do céu. Não interessa a ideia, porque acabrunhado já estava o anjo que a chutou com a biqueira do meio pé que ainda lhe resta. Fica a preponderância que um ser onírico poderia ter tido.
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