2022/09/22

números inúteis da morte

Prometi voltar antes do meio
do dia,
lembro-me ter dito,
a quem me ouvisse,
que o silêncio era sempre maior
do que a distorção do som,
e antes até de sair,
marquei território como as feras,
espalhando em cima das mesas
folhas toscas,
com a minha letra disforme a escorrer
poesia invisível,
que parecia tingir o chão de ocre,...

ao regressar,
as paredes falavam-me que 
tudo se tinha esvaziado,
não havia pessoas,
nem ideias,
nem sequer os números inúteis da
morte,
só mesmo um chão ensaguentado,
e que recitava desconexo a mudança
do dia

14 comentários:

  1. Excelente poema, gostei de ler.
    Bom fim de semana, caro Miguel.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  2. Intenso, profundo, poderoso. Gostei muito de ler
    .
    Um dia feliz … cumprimentos
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

    ResponderEliminar
  3. Miguel,
    As vezes é desse jeito
    mesmo,
    pensamos que acontece
    só conosco, mas não.
    É a Vida de verdade.
    Lindos versos.
    Encantada deixo
    Bjins de Primavera
    CatiahoAlc./Reflexod'Alma
    entre sonhos e delírios

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, nada acontece só connosco.
      O ser humano é um espelho das experiências do seu semelhante
      Obrigado pela presneça
      :-)

      Eliminar
  4. Parabéns pelo seu excelente poema meu querido amigo. Prometo voltar outras vezes. Bom início de outono.

    ResponderEliminar

Acha disto que....

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