Era quase imoral envelhecer.
Uma ideia curta, imóvel, que não incomodava. Mas ela via uma repugnância atroz naquele conceito, que tinha aprendido a ver com olhos próprios. E numa rotina quase programática. Estava ora sentado no parapeito da janela, e tinha a forma de um proxeneta de esquina, que insistia em assobiar músicas de que todos já se tinham esquecido. Fazia pantominices tais, que quase caía sem amparo. Mas segurava-se...
Também o via ocasionalmente na casa de banho. Como uma mulher de corpo a regua e esquadro, que deixava a água escorrer sorrateira e de forma sedutora pelo corpo, e revelava a cara só quando queria. E ao faze-lo, mostrava um rosto destruido pelo tempo. Tudo aquilo escapava ao que sempre tinha considerado racional...
Que belo texto! De uma profundidade tamanha! Adorei!
ResponderEliminarBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
Obrigado emerson
EliminarAbraço
Envelhecer é, de facto, imoral para tantos... começa-se a ouvir falar de "adrenocromo"... surreal ou nem sei que nome lhe aplicar...
ResponderEliminarSem dúvida
EliminarMiguel,
ResponderEliminarSeu texto trás com ele
um tic tac
que nos lembra que o
tempo é senhor.
Eu gosto de como me sinto
enquanto envelheço.
Não é que eu queira,
mas já que acontece a todos,
então que seja com alegria
e paz.
Boa nova semana
e que que o mês de agosto nos
seja favorável!
Boa nova semana.
Bjins
CatiahoAlc.
Sem dúvida. É uma excelente análise
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