o vento, o que restava do vento, as franjas do vento, uma cara substituta do vento, forçava sorrateiramente as janelas, encostadas, e entrava sem pedir licença.
Os cabelos louros espalhavam-se, sem ordem nem tempo definido, sobre duas almofadas que lhe elevavam subrepticiamente a cabeça. Respirava com dificuldade, enquanto olhava, de olhos bem abertos, para um reflexo semi-apagado no espelho. Achava-se semi-nua. Pernas de que gostava, uma fletida, e a outra esticada a ponto de dar a entender um sangue que corria descontrolado. Os braços estavam dispostos, sem qualquer pedido ou ordem pensada, em cima de uma cama barroca larga. A cabeceira da mesma era dourada, com reposteiros envelhecidos, presos toscamente com fitas de tecido.
Os contornos das ancas, que cantavam um gemido de mulher, confundiam-se com o desenho de onde repousava. Um seio, de branco mais alvo que a madrugada que despontava, dava os bons dias. O outro escondia-se, nas fímbrias dos lençóis. Achava-se prostrada, esquecida, quase oculta nas ondas mais revoltas da solidão. Peças de roupa avulsas, escolhidas sem critério, pintavam o chão do quarto, escondido nas traseiras de uma mansão sem idade, oculta no cerrado daquele local
Me gusto mucho tu relato. Te mando un beso.
ResponderEliminarUn beso tanbien
EliminarMalandro! :) Estava a espreitar pelo buraco da fechadura :D
ResponderEliminarPode perfeitamente ter sido:-)
EliminarIncrível o texto! Parabéns!
ResponderEliminarBoa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
obrigado emerson
EliminarAbraço
Miguel,
ResponderEliminarAdorei ler e me
envolver no seu escrito.
Bjins
CatiahoAlc.
Obrigado catiaho
EliminarBeijos