Fazia do sexo dele um joguete na sua
boca. Silenciosa, sem esforço para sorrir. Nem vontade. Bastava-lhe a certeza
de que ele queria, desejava, contava em regressão pelo tempo em que ali, num
quarto fechado, escuro, iluminado apenas por uma nesga de sol que rompia as
rendas de cortinas velhas e amarelecidas, conseguia estar em todos os sítios do
mundo pelos quais ansiava. A sofreguidão de alguém como ela, sombria, mas
dedicada. Com uma devoção sem cores, nem idade, era o suficiente para ele. Ela
sabia o suficiente para prendê-lo numa teia invisível. Ele recusava sair dela.
As teias são assim, prendem os mais incautos.
ResponderEliminarMagnífico texto, gostei de ler.
Boa semana caro amigo Miguel.
Um abraço.
Obrigado caro jaime.
EliminarAbraço
Oh, such imagery and memories we carry forever a lonesome and more. Good writing. So well seasoned!
ResponderEliminarThank u🙂
EliminarEssas teias invisíveis são as piores... ou melhores, consoante a perspectiva!
ResponderEliminarSim, consoante a perspetiva 🙂
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