O pecado rendilhava-se. Sorrateiramente, por trás de uma
sombra que, travessa, brincava com a porta daquele palácio perdido no tempo. Ela
era a virtude falsa. O desejo sublimado em desníveis de razão. E ela
recompunha-se, à medida que fugia da luz, e entrava na escuridão controlada
daquele sítio onde nunca tinha estado. Mas do qual aprendia já a gostar. Fixou,
durante algum tempo, o olhar num trilho empedrado, que a poderia conduzir a uma
nova porta. O rumor de que aquele local estava mergulhado em histórias feias,
sem dono e sem idade, parecia atraí-la a coisas que não sabia descrever. Mas
que queria experimentar. Até agora, tudo era silêncio. Tinha-se despedido do
som, com ligeiros rumores de pássaros que pareciam engendrar um plano para
continuar a observá-la. Esperar o que aquela aventura poderia vir a dar. Ela
despediu-se das horas. E depois dos minutos, dos segundos, e ao transpor uma
nova porta, foi a mulher que sempre quis. Disseminada por todo o lado, e sem
estar em lado nenhum. Isso fê-la querer pecar, mesmo sem ter ninguém ali com
quem o fazer. Fazer coisas erradas, que não viessem nos livros nem fossem
solução para nada. Mas não tinha ainda vivido para transformar-se num ser de
caleidoscópio. Por isso sentou-se, no escuro. Sem olhos que usar, cruzou as
pernas, apoiou o queixo nos nós dos dedos. E pensou. Pensou tanto, que sentiu a
cabeça a esvaziar-se. Seria a melhor parcela de si, enquanto ali aguentasse
estar….
Interesting music, song, and video. Success for your blog ok
ResponderEliminarThank u so much vicky
EliminarRelato interessante com várias interpretações,
ResponderEliminargostei de ler.
Estou com dificuldade na configuração dos comentários.
Obrigada pela visita lá na casademadeira.
Boa entrada de mês de fevereiro.
janicce.
🙂Obrigado janice
EliminarFeliz te la por cá