Conheceram-se por mero acaso. Ela apanhava a medo, e o mais rápido que conseguia, as moedas que tinha perdido ao deixar escapar o balanço à saída de um café. Ele passava apressado, tentando chegar a tempo a uma consulta médica. Não queria, mas tinha de parar e ajudar. Primeiro distraído, e sem nada dizer, foi tentando usar o polegar e o indicador como pinça, para apanhar as moedas. Só depois, ao fim de alguns segundos, olhou para ela que, assustada, também tentava que tudo acabasse rapidamente. Algo criou uma mudança no balanço das coisas. Ele perdeu a concentração no que fazia, e perguntou-lhe o nome. Ela a custo respondeu. A consulta médica ficou esquecida, e ela estava de volta ao café de onde tinha acabado de sair. Conversaram em crescendo, conhecendo cada bocadinho de uma juventude que partilhavam, e que tem sempre prazo de validade. Separaram-se com o sentimento de que aquilo não podia ficar por ali. No dia a seguir cruzaram-se exatamente no mesmo local. Voltaram à mesma conversa de descoberta mútua, que terminou já com os contactos trocados. O tempo voou, e depois do sexo exploratório, veio a ideia de viverem juntos. Mais tempo passou, e ela um dia disse que uma criança vinha a caminho. Ele sentiu-se a renascer, mas o trabalho tirava-lhe cada vez mais tempo de qualidade. Ou seja, um projeto de família, se calhar, não era bem o que tinha em mente naquele momento. Ela voltava sempre ao mesmo café, e um dia tornou a perder o balanço. Só que a barriga crescida já a impedia de apanhar as moedas da malvada carteira envelhecida. O cavalheirismo existe, e em dois momentos alguém a ajudava a corrigir o percalço. Era um homem. De olhos húmidos. Chorava. Ela perguntou porquê, se podia ajudar. Ele respondeu que tinha perdido o amor da sua vida. Ela sentiu-se compelida a regressar ao café, e fazer o melhor para ajudar. Percebeu que tão depressa como acaba, um outro projeto de vida pode começar. E pegou no telefone. O pai do rebento que carregava estava do outro lado. E as coisas acabaram entre ambos. Para ela, iam recomeçar
Triste historia Me gusto mucho te mando un beso.
ResponderEliminarUn beso tanbien
EliminarGreat post. Success for your blog
ResponderEliminarThank you vicky
EliminarQuando começa, o amor é sempre bonito...
ResponderEliminarMagnífico texto/conto, gostei de ler.
Boa semana.
Um abraço.
Muito obrigado jaime
EliminarAbraço