Era uma menina, sorria. Não sabia os seus limites, e achava
que os sorrisos eram pedaços das nuvens que, desprendidos do céu, atingiam as
pessoas que eram felizes à sua maneira. Uma menina de dois rostos: um público,
bem desenhado, escorreito, de pele lisa e sem incorreções. O rosto que se lhe
colava todas as manhãs, mal saía do seu mundo. O mesmo com que enfrentava a
simpatia, e a arrogância. O desejo, e o ódio. O mesmo que lhe fazia manter a
postura, dar passos sem destino até onde o acaso quisesse. Um rosto que era uma
herança. Dos que lhe dando vida, lhe deram força para reescrever todos os
momentos menos bons com que se deparava. E um rosto escondido. Velho, triste,
encarquilhado como uma maçã morta pela pressão do ar poluído da existência. E
era assim que tinha de seguir. Uma decisão ambivalente entre um rosto
cativante, feliz, e a outra face da morte que arrastava, pela escuridão
Fotografia de Natalia Drepina
Genial y aterrador relato. Te mando un beso.
ResponderEliminarUn beso tanbien
ResponderEliminarSo haunting! October feel for sure.
ResponderEliminarThanks
Eliminar:-)
Seu texto lembra um filme que assusta quando os mocinhos se trasnsformam.
ResponderEliminarBem fictício_você é mestre! :)))
Mestre, nem por isso:-)
EliminarSe fosse mestre, já há muito que tinha deixado os blogs:-)