Tinha acabado de fazer 40 anos. O tempo urgia. Não pertencia aquele sitio. As suas prioridades estavam noutro local, do qual pouco ou nada se lembrava. Abriu uma caixa de cartão pequena, que guardava na mala que arrastava de sitio em sitio. Era lá que ostentava o amor, sob a forma de resmas estranguladas de papel. Rabiscado, etereamente perfumado. Tinha lá escrito o que tinha sido, mais do que aquilo que era, ou que queria ser. As vozes que ouvira. A volatilidade do seu ser. As bocas que beijara. O sexo desnecessário do qual só se lembrava graças a uma sucessão de linhas sem sentido, e que casavam distintamente com o branco do papel. Experimentou andar perdido naquele sítio. Corria, de canto em canto, de espaço em espaço, pelo meio de todos os olhares, femininos ou não, que o devoravam como uma presa perdida numa savana de qualquer ponto do planeta. Ele era isso. Um pedaço de carne sem destino, e principalmente sem vontade...
Tirado daqui
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Genial poema me gusto la imagen de abajo. Te mando un beso.
ResponderEliminarNo es un poema
ResponderEliminarUn beso tanbien
Que susto só de olhar...
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Uau está assim tão mau o texto?🤣
EliminarOh, you do have a way of getting the surreal of the moment. Such stunning graphic with this one. Yes, sometimes, art is disturbing and it shakes you with the past, more powerful than a drug, sometimes. Keep Writing!
ResponderEliminari will. Always:-)
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