2024/06/20

Conto que se quis longo e interessante mas que não vai ser assim tanto I

 Aquela era uma sala onde as coisas esquecidas se dispunham, numa ordem tudo menos especifica. Havia simples malas de senhora, de todas as formas e cores. Chapéus de homem, não esquecer que este é um cenário de época,...fica ao critério do leitor qual,...e por isso as modas implantadas são algo a ter em conta. Pequenos recipientes metálicos, aparentemente destinados a bebidas alcoólicas. Casacos de criança, na sua maioria de meninos que o autor imagina encalorados e por isso com vontade de brincar no exterior com o mínimo possível de roupa. E ainda bíblias, em estados diversos de conservação, mas próprias de uma qualquer região de interior necessariamente religiosa, e tradicionalista. A descrição fica por aqui porque na realidade não há muito mais a dizer deste local. Irá, nos próximos instantes, entrar aqui uma senhora de meia idade, em trajes de trabalho, que terá como função a organização e limpeza do espaço. Juntar objetos por categorias, e agrupá-los em estantes próprias. Retirar pelo menos parte das espessas camadas de pó que se vão acumulando nas prateleiras onde os objetos foram deixados sem qualquer critério. E ao fim de alguns minutos de trabalho vai retirar-se, fechando a porta de forma sóbria e discreta porque assim é o seu timbre. É esta a rotina deste espaço em dias produtivos, de trabalho, já que quando a prioridade é o ócio, a escuridão é a única visita que aqui se faz notar. Por entre sombras travestidas de mulher, esse costuma ser o tempo do proprietário desta sala. Um anónimo, que a seu tempo será identificado, e que paga a uma pessoa apenas o suficiente para a manter apresentável. O objetivo é usa-la como espaço de recoleção de vícios. Falamos de alguém perigoso para a sociedade...

                        Tirado daqui

10 comentários:

Acha disto que....