2024/09/03

Mãos azuladas

 Tanto tempo sem poesia. As mãos, sentia-as azuladas, deformadas. Percebia isso, olhando constantemente para elas, enquanto as esgrimia no ar sem direção definida. Apenas pelo desespero de o fazer. Continuar sem criatividade, sem o amparo de versos que brotavam como água de fontes ainda não imaginadas. Pensou em portas por abrir. Janelas encravadas em casas de onde se quer fugir por desespero. Pensou nos afagos e carinhos dos familiares que partiram, e dos quais sentia tanta falta como o ar. Talvez se reclamasse de volta a criatividade, o sentir portentoso que sempre tinha sido desfiar o novelo de estar sozinha a escrever, enquanto o mundo lá fora gritava o que quer que fosse, a tranquilidade voltasse. As noites bem dormidas. Os sonhos de princesas e príncipes que a acompanhavam, diligentes, desde menina. Sentia-os como proteção. Mas naquele momento isso não interessava. Queria de volta a revelação de escrever, desenhar circulos na areia da beira mar, com poemas e mais poemas de roupas alegres e primaveris. Não sabia como os conseguir de volta...

                                                                           Tirado daqui

6 comentários:

  1. Such mysteries of life..you always find them. And they keep us going at times.

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  2. Belas imagens de céu estrelado.

    Boa semana!

    O JOVEM JORNALISTA está em HIATUS DE INVERNO do dia 31 de julho à 05 de setembro, mas comentarei nos blogs amigos nesse período. O JJ, portanto, está cheio de posts legais e interessantes. Não deixe de conferir!

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    Até mais, Emerson Garcia

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