A calma mede-se com inspirações, expirações. E há um chá que arrefece, pausadamente, com um serpenteio que se ergue na penumbra onde escolhemos estar. Um livro abre-se, com a força do vento de entardecer que surge pela janela entreaberta. Não pedi para estar só. Apenas aconteceu. Tal como os olhos só me doem se eu quiser. Ninguém me manda chorar. Choro porque quero, ou melhor porque não consigo evitar. E, lá longe, sei que quem se lembra de mim sabe isto. Neste momento olho para uma parede. É branca, cheia de irregularidades, manchas progressivamente escurecidas que se calhar sempre aqui estiveram. Tenho de ir a algum lado. Não necessariamente porque preciso. Mas porque tem de ser. Só que por enquanto estou melhor aqui. As mãos doem-me. O peito aperta-me como se não gostasse de mim, e quisesse prová-lo de dentro para fora. Tenho de sair daqui. A porta está trancada. Alguém me quer assim. Insignificante, escondido de tudo. Volto para o canto irregular de uma divisão escurecida. O coração que sinto não é meu. Quer saltar de dentro de um corpo que me escapa.
Tirado daqui
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Profundo relato. Te mando un beso.
ResponderEliminarUn beso tanbien
EliminarSo true, the way we find ourselves. I struggle to sleep at night. And at times, we feel we are in our on cage wherever we go. Great writing!
ResponderEliminarAll of us struggle, each in his or her own way
ResponderEliminarThanks for reading.
Passando para desejar um bom dia!
ResponderEliminarAdorei as fotos dos gatos!
Abraços.
https://sensualidadeeerotimo.blogspot.com/
Bom dia tb:-)
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