Estava num canto. Acomodado. Sequioso como sempre, -seria uma herança de família que nunca conseguiu explicar ou que lhe explicassem cientificamente, mas que tinha -, e pronto a falar. O medroso. O homem a quem até os dias de sol que se espraiavam pelas divisões da velha casa dentro metiam medo. O que nunca deu um passo maior que a perna. Ia explicar, a quem tivesse de ser, que havia coisas estranhas naquela rua. Que os sons tinham histórias por trás. Que havia pedras nos bolsos de determinadas pessoas com quem inocentes se cruzavam todos os dias, e que estavam prontas a atacar para que um domínio sabe-se lá de quê pudesse ser mantido. Ele não deixaria nada intacto. Assim soubesse encontrar as palavras da justiça, da credibilidade, que soassem bem e conseguissem deixar as pessoas convencidas. Mesmo sabendo que ele nem nome tinha. Só uma figura. Saía de casa todos os dias com um fato bem engomado, punhos destacados, gravatas diversas mas subtis. Sapatos de verniz que condição sine qua non, tinham de refletir a sua própria imagem.
Sim. Ele iria pôr fim aquela injustiça perene, que se estendia há tanto tempo. Mas antes disso ia só comprar uma sandes mista no café da esquina, e talvez um descafeinado abatanado o ajudasse a alinhar estratégias.
Tirado daqui
A veces solo se necesita un café. Te mando un beso.
ResponderEliminarUn beso tanbien
EliminarInjustice means something different to everyone, I have the impression.
ResponderEliminarThanks só much
EliminarCool visual with this one. I like the idea of first the basic essential before facing all this. Of course, this usually sidetracks us for another day to take on the world. Such a vivid description of all those peculiar and unexplained happenings around us. It haunts us...I like the essences of this piece.
ResponderEliminarthanks so much
EliminarUm sandes mista em primeiro lugar, Porventura abraços.
ResponderEliminarÉ bom continbuar a chamar-me porventura para você:-)
EliminarObrigado