....deixei de ser eu quando o tempo saltou por cima de mim, relinchou como se fosse um boi na tourada mais próxima, e nunca mais ninguém o viu. Lembro-me dos desejos de miúdo por fazer, com espírito de trazer por casa. O mesmo que se divertia a tocar a campainhas, era o que agora pensava por onde tinha. Por onde queria ir. Por onde teria de deixar de caminhar, para que o zé, o manel, o não sei quantos, o cara cagada, e os outros que já cá não andavam, se pudessem, quem sabe, orgulhar de mim. Eu cheguei a dar nas vistas. Era um miúdo que se pode dizer dotado. Punha os pontos nos is, acabava as frases com entoação, e achava na música o que sabia que a maioria não era capaz de encontrar. Mas depois perdi-me,
o tempo passou-me por cima, e agora não sei onde anda. Sou o mesmo de sempre, mas aparado nas pontas. Não me consigo reparar...
Profundo poema. Te mando un beso.
ResponderEliminarUn beso tanbien
EliminarBelo texto! Parabéns! #José da Costa Goianésia GO Brasil
ResponderEliminarObrigado José.
EliminarBem vindo ao blog
Abraço.