2022/07/30

Haver

 


Agora,
que não há bafo de limão,
olhos mascarrados com a lama da chuva
onde se escorrega,
pela rua do Alecrim abaixo,
não há mulheres de dúvida desigual,
não há a luz que emana da solidão 
das janelas de sacada,...

não há a força com que os meus
braços igualam as minhas pernas,
e o verbo haver esvai-se em sangue,
com um outono de Lisboa impávido a assistir,
não há,
simplesmente a voz fica

4 comentários:

Acha disto que....