2020/11/21

Um dia gostava de saber escrever assim

 

Vimos do Tempo da Falta Mínima

Vimos do tempo da falta mínima
da casa construindo as folhas de quadrícula
(quando um traço mais que expressivo preenche
o vazio de uma folha)
nem beleza nem fim
nem número ordenador como fantasma.

Todas as memórias partilhámos
a ruína compreende tudo.
Compreender quer dizer abraçar
(linhas e cruzamentos na procura da folha)
o mundo inteiro nos é dado.

Mais tarde (mais além
dois furos a passagem para o útil)
as dunas darão lugar a campos cultivados?
Quero dizer
não rejeito do movimento toda a impaciência
toda a dissolução.
(pouco a pouco) Até onde podemos ir?

João Miguel Fernandes Jorge, in "Vinte e Nove Poemas"

6 comentários:

  1. O poema é interessante, mas o Miguel já escreve, mais ou menos, nesse estilo...

    :-)

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    Respostas
    1. Obrigado pelo elogio
      :-)
      Se calhar desta vez fui eu que me pus a jeito para ler qualquer coisa do género daquela que escreveu
      :-)

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  2. Não o conhecia e fiz uma pesquisa. São lindos seus trabalhos. Gosto do que me toca, independentemente de quem o tenha escrito. Abraço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também gosto dos poemas dele
      É um poeta com uma grande obra
      Ainda bem que gostou
      😊

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  3. Um poema que muito gostei de ler.
    .
    Bom fim de semana

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Acha disto que....

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