2019/05/30

Ascensão

ofegas-me,
não sei se escrito,
talvez dito,
nunca respirado,
à noite corto o ar
em vez da sombra,
 não me encontro
no incerto do corpo,
 na frase pouca da solidão,...

era de ti que
talvez tenha sido
 a lógica da madrugada,
 o aceno humilhante
 de um sol falido,
abstruso,
sem liberdade
sequer para
pintar o que de ti resta
nas paredes,
nas minhas paredes
do meu eu solitário,
ofegas-me,
não sei se existes,
com palavras indecentes,
 petrificadas em mim,
agora que já não peço
mais o teu selo,
num cofre partido
 em que repouso delirante


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