2008/05/05

SOS Lua


Parti o que se parte, inquebrável,
De texturas pobres,

Soletro-me,

S, de Solidão,
Partir a corrente,
Porque o bicho derrete ao sol,

O, de Ostra,
Porque velejas,
Tens o que precisas,
Prurido que guardas,
Porque de amor,
De desamor vives,

S, de Sal,
Mentes-te,
Faltas a ti por que a vida lê-te,
Sonha-te,
Faz-te num silêncio que consome,

L, de Lamechas,
Que sois máquina,
Engrenagem que racha,
E tu falhas,
Alheias,

U, de Único,
Vilipendiado sonho de ter mãos dadas,
Mas se falhas,
Para quê tentar?

Gritas dor de nascer,
Fundo de poço negro,
Mas não tentas,
Lúpen de quem acomoda,
E grunhe para dentro,

Como se fosses um tu,
De mim em A,
Do Ano morto,
Do que arde para dizer,
Que é preciso um cataclismo,

Que é necessária chuva de dinossauros,
E Xis a andarem erectos,
E menos de egocêntricos,
Que querem flores,
E chutam mijo de anjo,

Se sou quem quero. Nega o que nunca foste, para seres o que serás quando chover ácido,

Porque saberás um dia,
Sou o deserto que ensina,
O alfabeto que rima,
Em contas de alegoria,....

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