2008/05/07

Raciocínio escrito


Passei a mão pelas sinapses dos neurónios que me restam, e notei um disforme. Um nódulo, um alto irregular, que se desfez em areia à passagem da ponta áspera do indicador que mais me dói. Ter-te-ei descoberto lá, mas já não me recordo.
Pareceu-me ver-te acordada, à espera de uma revolução que se adivinhava no trânsito irregular da minha auto-estrada de pensamentos. Resolveste quedar-te na curva sinuosa do cheiro a inexperiência. Sim, imagino que sejas isso.
Uma leitura cromática de cheiros. Flores biomecânicas, que plantam pétalas simplesmente porque querem procriar. Manadas de hienas que correm em savanas paralelas, para confundir presas inúteis a decifrar engenhos de predadores.
Mora na pequenez de um reflexo condicionado de um cérebro condicionado, pois é aí que te quero. Descarga de iões que condiciona o meu chorar. A neutralidade de um coração que se cansou de bater. Que arrasta pó. Mas que o faz, por ti.
E, o mais simples de tudo, sorri. Pois ao fazê-lo, pintas de branco um mundo que escorre negro dos cantos da boca. E espera pelo agora. O depois já vem. Servido em bandeja de n
unca mais.

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