Ressuscitei-te Maria. Regurgitavas numa poça de água fétida, em tarde de balanços metafísicos de existência.
Com o dedo do amor.
A extensão concreta da vontade do poder criador em fazer de mim um entrave à felicidade cozinhada. Foste tocada na alma, e abriste suavemente os olhos.
Lembro-me que te banhou uma gota de chuva ácida. Nem de meias medidas te deixaste assoberbar por uma tarde eléctrica. Um final de dia com a banda sonora do vento zangado, e o enredo de irritação divina.
Ainda de joelhos, reparei que a minha vida iria mudar. Tinhas deixado de ser um espírito de compromissos.
Cheiravas com o apêndice de um alma revigorado. Ouvias o que eu nunca pensei que a natureza pudesse albergar.
Já em bicos de pés, amaldiçoaste o que tremeu o mundo.
Sim, pensei ter sido Deus.
Senti-o da forma mais errada possível. E tu pediste de novo para morrer.
Desta vez com um penso rápido na alma. Para evitar pronunciamentos de personalidades como a minha, que extravasam competências que nunca poderão vir, de facto, a ter.
2008/03/28
Ressuscitei-te Maria
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