ele acusou-os. havia uma mesa de ébano, fora do comum. estava posta para refeição, com pratos de alumínio envelhecidos, os talheres para prato de carne, e copos que pareciam ser de vinho. ele acusou-os, porque não se vergava a solidões impostas. e um livro, apenas um livro. encomendava a alma a qualquer coisa de escurecido, de cada vez que o folheava. e culpava-os. sentou-se para compor a respiração. uma dor saltitante, resumida a odor de morte, palpitava-lhe por todo o corpo. e via-os sorumbáticos, a mirá-lo com uma frieza metálica. via-os inocentes, mas tão tristemente culpados do desânimo. conseguiu repor a vontade, o desejo de caminhar sofregamente. a rua inevitavelmente pintava-se do tom metálico do céu. e ouviu-os mesmo assim a lamentarem o sol. as nuvens que desenrolam um carpir de mágoas separadas. ele acusou-os. e dormiu sobre o silêncio recebido. quando só o silêncio com ele partilhava aquele fim de mundo
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Profundo poema. Te mando un beso.
ResponderEliminarUn beso tanbien
EliminarTexto intenso, profundo, mas tão difícil de comentar.
ResponderEliminarGostei muito da música. Bem mexidinha.
.
Saudações poéticas.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Ainda bem ricardo
EliminarAdoro quando provoco esse sentimento de falta de respostas🙂
E depois de tudo, uma prosa solitária.
ResponderEliminarQuase triste.
abraço, Miguel.
Escrita, como outra qualquer
Eliminar🙂