No crepúsculo, olhei pela janela do quarto de hotel. A
cidade parecia arrastar-se, dolosa, a pedir desculpa a cada centímetro de ruína…
Ao longe, um carro tosse golfadas de escape preto, que sorrateiramente acasalavam
com a cacimba própria do início de inverno. Penso em oportunidades perdidas. Na
resistência que tive, e deixei nos acasos do meu contentamento. Nas virtudes de
um bom livro que se deixa por ler, em desfavor de um beijo. Somadas ilusões.
Percebidas sonolências que aquela hora ainda envolviam o mundo que a visão
abraçava, recolho as cortinas do que o real me oferecia. Sentia azedume.
Vontade de voltar a um sono de comiseração. Optei por me vestir, abrir a porta,
descer as escadas, e sair…. Chovia o suficiente para limpar o caminho que se me
oferecia
Um belo pedaço de prosa.
ResponderEliminarQue sejam sempre limpos os caminhos que se nos oferecem!
Obrigado ☺️
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