2022/03/31

Nós dos dedos dos velhotes

existiam então alguns
espaços,
coisas mínimas enfiadas nos
nós dos dedos dos velhotes,
aí talvez fosse o fim do dia,
a forma exata para o meu silêncio
surgir,
imerso na escuridão que me diz
a razão,
e nesses espaços,
a coerência do passar do tempo
falava a montante,...

com tudo a distanciar-se,
as cores deixavam assim de 
ser percetíveis 



16 comentários:

  1. "coisas mínimas enfiadas nos
    nós dos dedos dos velhotes"
    As alianças de casamento, a dele e a da mulher já falecida.

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  2. Com a velhice as memórias mais antigas são mais nítidas, mas as cores vão desmaiando.
    Excelente poema.
    Também gostei de ouvir os Cure.
    Bom resto de semana, caro Miguel.
    Abraço.

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  3. Quando tudo se começa a tornar impercetível, também a passagem do tempo se começa a tornar indiferente.
    Abraço amigo.
    Juvenal Nunes

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  4. a aliança!
    a velhice é tramada.
    temos de amar os nossos velhos, amanhã, os velhos seremos nós.
    não gosto da palavra velho, mas idoso ainda me choca mais.
    boa semana
    um beijo
    :)
    afago nos bichanos

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    Respostas
    1. A velhice é apenas sinal de que a essência dde tudo o que nos rodeia é o tempo, e a forma que ele tem de se mostrar reflete-se em nós mesmos.
      Eu vejo assim
      :-)
      Obrigado pela presença

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  5. É quando o horizonte começa a ficar mais longe...
    quase imperceptível !
    beijo M
    **qualquer momento quero entrar no site e comorar seu livro( ver como funciona o acesso). Bom fim de semana

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  6. Vou refletir um pouco
    sobre esse texto...
    Depois volto para
    comentar.
    Bjins
    CatiahoAlc.

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  7. O tempo é sempre bastante incoerente.
    Ele nos colocará, impiedosamente, a quilômetros a frente dos tempos de agora.
    Belíssimo poema, me fez refletir. <3

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    Respostas
    1. Fico muito feliz quando me dizem que o que escrevo faz as pessoas refletir
      :-)

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  8. O tempo vai, aos poucos, apagando as cores. Restam as dores.

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