2021/01/12

Poema pouco explicito


 Notava-se a diferença dentro deste ano, 
com meses que demoravam a passar, 
e dias estranhos, 
como duas rosas estremunhadas 
que acordam da noite cega, 
não havia conversa possível 
para as pessoas, 
sentia-me incapaz de 
te explicar a bússola, 
por onde hás-de ir 
quando ao voltares 
percas a vontade de regressar,
 deixava-te assim um lápis 
na mão, 
uma coisa tosca, 
apenas algo com que 
pudesses rabiscar o desejo, 
e vesti-lo de sombrias hesitações, 
e à volta dele depois voltasse 
a haver tempo, 
porque sentia a falta dele, 
dos minutos a espernearem, 
dos segundos que os ouvia a 
conversar como velhas que 
vomitam só escatologias, 
sem o saberem,...

Há margem agora 
para um beijo 

4 comentários:

  1. Um poema pouco explicito mas cuja acção acaba bem. Boa noite.

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    Respostas
    1. , 😊
      Obrigado pela presença e reconhecimento da pouca explicitação do poema
      😊

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  2. Pareceu-me que, embora sem explicação, a bússola funcionou, já que, só com a volta, haveria a possibilidade do beijo. Abraço.

    ResponderEliminar

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