2020/12/09

Apóstatas

 Haveremos de chegar aqui,

Mesmo aqui ao limite de tanta insatisfação pintada,

E varrida para debaixo da cama,... 


Chegaremos como tu e como eu,

Dizendo que devemos escrever só se nos apetecer,

Porque a morbidez tem de ter uma casa,

Não necessariamente a mesma de quando o som assim se nos afigura,

Sem dono,

Monarca do seu próprio destino,...


Na altura de partir,

Serão os versos nenúfar a mandar-nos embora,

E vamos fechar os olhos,

E pisá-los como apóstatas sem religião,

Ao som do fim do mundo,

na cavalleria rusticana suficiente para que nos afastemos,

Surdos connosco próprios,...


E hei-de dizer,

A quem me procurar ouvir,

Que caminharei mais rico do que quando a morte me cuspiu




8 comentários:

  1. Respostas
    1. Nem sempre isso acontece
      Mas é o mais correto quando acontece
      Obrigado pela presença

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  2. Profundo, intenso, muito bonito de ler.
    .
    Um dia feliz
    Abraço

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  3. "Haveremos de chegar aqui", uma presunção, tão somente. A escrita tem que ser prazerosa e o poeta pode sempre brincar com seu destino (nas palavras). Abraço.

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    Respostas
    1. Sim, tb concordo com essa ideia.. Sempre brincamos com o nosso destino quando escrevemos
      😊
      Obrigado pela presença

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  4. Gostaria de caminhar pela vida ao som da cavalaria rusticana e ser rainha do meu próprio destino.

    ResponderEliminar

Acha disto que....

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