Das paredes escorria aquele sangue invisível das pessoas que já desistiram. A tarde chegava sem se fazer anunciar, e pintava a parte da casa em tons difíceis de descrever. Era uma mulher só, aflitivamente incapaz de mudar uma vida desfeita em mil pedacinhos impossíveis de ser colados, a que se sentava num frágil banco velho. Refletia sobre o que tinha falhado. Sobre a voluoptisidade de uma existência que se resumia a um poema autobiográfico, escondido numa gaveta encravada.
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