Todos receberam, no mesmo dia e á mesma hora, o aviso para a festa de lembrança da tal pessoa de que ninguém se recordava o nome, e que todos faziam por esquecer. Veio no mesmo tipo de envelopes, envelhecidos, amarelos como se estivessem guardados na mesma gaveta há um ror de anos. O encontro da família estava marcado este ano para um sítio diferente. Sabia-se que seria junto ao mar, numa casa senhorial, de dois pisos, rodeado por muros do tamanho de uma pessoa média, que tinham perdido há anos uma batalha com sebes pestilentas e verdes acastanhadas.
A data não vinha referida na missiva escrita pelo patriarca. Mas não era necessário. Dez pessoas diferentes receberam a carta, e todas sabiam onde ir, e quando aparecer.
O dia do encontro amanheceu encoberto. Tinha chuviscado de noite, deixando as ruas sujas de um húmido gordurento do óleo que os carros velhos mijavam por todo o lado.
Todo o grupo juntou-se em cerca de uma hora. Sem trocar palavra, esperaram até que o último cruzasse os portões metálicos, e deixasse atrás de si um barulho de eco perdurante.
Passaram a porta da mansão, entraram numa sala vazia, apenas com uma mesa de tamanho surpreendentemente adequado, e com um número de cadeiras suficiente .
O silêncio acompanhava um encontro sem propósito, com um música feita de um violento e agudo silvo, suficiente para perfurar ouvidos com violência inaudita.
Uma folha branca foi colocada no centro da mesa, e a todos lançado um desafio, através de uma gravação...
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