A febre faz isto. Com desdém das situações rosadas que o lápis escuro da tristeza não traça, aqui nos achamos à porta de casa dos proscritos da sorte efectiva. Com sol, sem chuva, de nuvens destapadas na cara, e o livro dos trovões na mão, cantamos sortes que os azares desfizeram. Males da morte, bens do amor, coisas mal feitas em noites de fornicanço com chuva ácida a aquecer a pobreza de não ter gente nos intervalos do que se sente. A febre é o que fica. Somar duas parecenças com calma, é dizer que tudo nem sequer valeu a pena.
2010/01/27
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