2009/02/01

I can draw ghosts

Os que apanham o dia assim, parecem ser pessoas assaz diferentes das que por aqui passaram ontem. Seria por esta hora quando me deixei nesta envolvência, e a sombra que normalmente pisa esta gasta calçada viu-os enliados no minuto que procuravam capturar. Gostei deles. Até os desenhei com um pedaço tosco de carvão que consegui mimetizar. Cabelos energicamente compridos, e alvos como a madrugada que se desenhava no céu. No dorso a chapa gasta da morte, que lhes embalava a marcha com uma enérgica sensação de desleixo. Seria uma criança, pelo que vi da forma desajeitada como procurava descobrir o mundo. Pela mão trazia um ser sem idade. A mulher da felicidade contratada, pareceu-me, julgando pela forma como deixava em corações deformados restos de pétalas da flor do amor. Um pouco mais à frente, com a chuva a ampliar indecisões já por esta altura, reencontrei-me. No espelho que eu sempre pressenti naquele recanto do meu universo, vi-me a fazer o balanço de uma vida que desdenhava.

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