2009/02/18

Mortal, até amanhã

acordou estremunhado,
cansado,
por menos que isso,
doía ao mundo o regaço,...

inefável,
queria ter simples
dores de parto,
um homem a
dizer de si,
o que o mundo odiava
pois escapava
ao senso comum,

das longas noites de
fazer nada,
e hoje,...

a ser o dia depois de ontem,
e sem querer que o amanhã venha,
estava estremunhado,
desejoso do mal,
queria tolerância,
risos descarnados,
malandros frisados a
rir com a possível
ignorância de ser
sacana e angelical ao
mesmo tempo,..

arredado,
de tudo quanto
contava para
as pessoas,
arrastava-se por
aqui,
e por ali catava,
do chão,
dos chãos das
existências cadenciadas,
beatas dos que sucedidos,
mais ou menos bem,
limpavam-se às limpezas
do amanhã
que se desfaz em
suores inconsequentes,...

foi-se deitar arrependido,
enfadado,
por menos que um sopro de vida,
deixou-se enlear no que desenhado,
não dá mais que dois suspiros,
e uma vontade de matar
pictórica e real....

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