2008/02/07

Sem título (42)


Respira insultos,
Mulher dos campos de trigo...

Chovem moléstias,
no teu lenço de cambraia,
E tu olhas em frente...

Miras só o que pode ser,
Ceifeira da míngua de pão...

Tens filhos atarrachados à cama,
Marido na espiral do copo de trés...

Respira insultos,
Mulher 'amacacada'...

À noite acredita na escova,
Porque eu acredito em amanhãs,
que nunca cantaram...

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