Sentia que tinha de acertar a razão. A virtude que devia exibir em cada passo daquele caminho. Não era uma situação em que pudesse errar. Como mulher com uma experiência de vida tumultuosa, desregrada, aprendera a proteger-se. Cair no erro de deixar-se conhecer não era mais uma opção, já que progressivamente ia perdendo as capacidades sociais. A verdade era agora diferente para si. Tinha deixado de existir o conceito universalista da mesma, e havia um teor progressivo da verdade. O que chamava um resto de princípios de vida, pelos quais se regia em silêncio. Num silêncio no qual se vestia, banhava, que lhe dava de comer e beber. Um silêncio corpóreo e com existência progressiva e humanizada. Só assim, defendida e afastada do erro fortuito e negativo, conseguia sair de casa, e fazê-lo com o sentido possível. Discreta, com vestes de pele, e não com uma pele que a vestisse. Fixava os olhos no chão, e caminhava sem destino. Tinha de ser assim, sentia com veemência.
Paul Lehr - Cosmic Assembly
Década de 1990
Profundo poema. Te mando un beso.
ResponderEliminarNo es Un poema 🙂
EliminarWell-written text,
ResponderEliminaronce again food for thought!
Not really
EliminarDidnt like it🙂
Sometimes, we see too much. Sometimes, we know the outcome. And sometimes it is just the truth. You keep it real.
ResponderEliminarThanks so much
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