.....de costas

ela estava de costas,
dizia-se que acertava nas escolhas,
errava nas decisões,
mas era assim,
preferia abster-se do real,
deixar de olhar os olhos
dos outros,
e sentir-se como um rochedo,
adormecido pela dor da erosão,....

ia continuar assim,
encurvada,
de joelhos encostados
e pressionantes contra o chão,
encolhida perante a
intempérie,
mas protegida,...

porque o nefasto da escolha,
de ter de dizer que sim
 à quietude do não,
era sempre melhor,....

nunca por nunca
ela iria mostrar-se,
de frente

                                                                           Tirado daqui