Aqui me tens como o sangue invisível que faz chorar as árvores. Em mim, o
dia amanhece sempre dependente da noite que corre sobre os meus olhos,
acompanhando-me quando palmilho as ruas das outras pessoas, dizendo assim presente
ao falso sentimento de segurança que irradio na solidão. Longe de ti. Longe das
certezas em que abuso ao gravitar em torno da tua força magnética que desvenda
os meus dias, e afasta as noites sem explicação em que insisto
permanecer.
Lembro-me de te ter conhecido afastado do meu ser. Sentia não ter nome, nem
idade, nem sequer a certeza de um ser que em todas as pessoas se chama pele.
Mudaste a percepção do meu conhecimento,
desenhando no meu esqueleto retalhos de tecido que, com o passar do respirar do
tempo, se fundiram na minha capa de proteção. Afastando-me do desnorte do tempo
que mata as pessoas.
No desenhado dos teus olhos aprendi, aos poucos, a repousar quando ando
acordado, por entre o que nem sentido tem, e assim deve permanecer. Conheci-te
quando o sol se escapava por entre os prédios, deixando atrás de si um
caleidoscópio de cores no nascer de cada dia. Amor não conhecia. Amor não sabia
escrever. Tudo mudou com a poesia de me sentir calmo, com o teu toque. Com a
suavidade indescritível do teu caminhar.
Sei agora reforçar num verso a devoção de estar contigo. De te saber minha.
De conhecer que o nós se sobrepõe ao cada um à espera de qualquer coisa,…parecida
com o fim.
Reconhece estas linhas como o reconhecimento da felicidade de estar
contigo.
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