Meteste-me medo. Impuseste-me respeito. Amei-te de uma forma que nunca soube, e nunca saberei definir. Ensinaste-me que o mundo não são quatro paredes de uma casa, nem o aconchego do amor garantido de quem nos deu vida. Carrego a mágoa de, se calhar, não ter feito tudo para que ainda cá estivesses. Tenho de prosseguir com esse nó no coração, que me tira a liberdade de viver a vida com alegria. Até porque vi a tua vida a desvanecer-se, como uma promessa de futuro justo, própria dos olhos neorealistas que me deste para analisar o mundo.
De ti guardo ainda as palavras de respeito que me cravaste no peito e na razão, uma razão que hoje moldei como barro sem te ter aqui, ao meu lado, para me 'abrir aos olhos até ao branco'.
A ti pai, cada minuto de vida que ainda tenho, dedicado a recriar o melhor possível o papel principal que tiveste na minha vida, na vida de outro ser que é, agora, todo o meu mundo.
A ti pai, sem saber se alguma vez voltarei a encontrar-te. Desculpa pelas desilusões que sei que te dei. E acredita, se me consegues ver à transparência como (quase) sempre conseguiste, que sinto muito a tua falta.
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