2018/10/05

Pessoa no café

naquele dia parecia ver Pessoa
no fundo de uma chávena de galão,
havia um burburinho em cascata,
era o meu café de todos os dias,
com as mesmas caras,
os sorrisos comedidos escondidos por
trás dos choros em novelo dos meninos
ranhosos,
e eu absorto em pensamentos traduzíveis
só por desenho,....

as borras do café desenhavam dois aros,
e o bigode imaginava-o algures a deslizar
por entre uma poça castanha,
o empregado passava vezes sem conta a olhar
para mim,
e só me ocorria sair dali,
e ir aos Prazeres perguntar ao Ricardo Reis
se ele já tinha decidido morrer,...

a manhã acabou,
e rabisquei um poema de amor
incompreendido,
antes de pagar e sair


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