Aquele menino desenhava as mãos, com os pés mais de sonho que podia conceber. Despegava-se dos suspiros com que passava a vida a entoar o hino das coisas perfeitas, e lá ia embalado para não sabia muito bem onde. Criava sonoras disposições das bonecas do céu. As que choravam quando se riam, e riam-se sem que as pessoas percebessem. Bonecas que amavam homens de trovão, insuficientes para travar a chuva que todos os dias desvirginava a terra em coma. E, melhor que tudo, sentia-se confortável sendo diferente. Parecido consigo mesmo, e diferente do que queriam que ele fosse nos dias que tardavam em vir, talvez porque nunca hão sequer de existir.
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