2008/10/07

Sala de pânico


havia calor. Suores exasperados, frutos do pecado, e resolutas paragens cardíacas. Colhões aos montes, de homens esparramados, derreados, e solucionados em banho-maria de tesão. Ai gajas boas. Sovadas gajas boas, que se arrastam nas paredes meladas de seiva dos desesperados que as cobrem, e lhes chamam amor do meu sentir. Fruto do meu tesão. Fim dos meus dias em afinada melodia de querer mais que o querer alguma vez dará em entardecer romântico e melodioso.
Sois vitrais. Limpezas da égide humana de querer ser ainda mais suja, do que quando se arrasta no lúpen dos desejos escancarados e espapassados. Homenageiam-se poetas que morreram aflitos. Desesperados. Pedem-se contas à dívida de sorrisos que só estar aqui consubstancia, para não dever dois réis à morte que escancara a esquina onde vamos esparramar frustrações e por fim sorrir.
Deleitemo-nos com poetas, porque poesia somos nós de rastos e por terra com o sono que não nos deixam medir e gozar.
havia calor. Desfizemo-nos desta sala, congelando-a até ao próximo devir da criação.

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