A mágoa. Era um livro que faltava ler, e a tarde ia a meio. Ela não se desejava a si mesma, e via isso como um obstáculo para tudo. Os olhos humedeciam-lhe, com as pálpebras a fecharem ao som de um embalo qualquer de uma rádio prestes a ficar sem história. Não sabia a luz com que teria de coser o amor próprio. Havia dúvidas se aquela rua era a certa para si. Recordava os passos seguros de outros tempos, os mesmos em que dançou com a sua própria evolução como pessoa, embalada pelo folhear de tantos e tão bons autores que a seduziram a ponto de considerar a hipótese de amor incorpóreo e sem substância. Tocam à campainha. Arrasta-se para a janela. É engano. Um homenzinho atabalhoado, de capacete, olha-a de soslaio, incapaz de falar o que seja.
Regressa ao seu mundo. Este é um esboço de canto artístico, sem concepção de autor que não a sua própria. Repara num jornal sem data, sem nada que capte atenções..
Tirado daqui
Beautifully told, as always! All the best to your travels and adventures.
ResponderEliminarthnks again
EliminarSo wonderful how you capture life's moments. All the best to you and your talent. Such great visuals too! Happy Friday!
ResponderEliminarthanks so muich
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