2020/09/24

Censor oficial

 

quando o pó assentou,
não havia caminho para que a discussão
continuasse,
ao longo dos meses o anotador
oficial insistiu que não se provava o 
erro,
desautorizava vozes discordantes,
enquanto alinhava pilhas de livros 
censurados,
escondidos da inutilização que o sol lhes concedia,...

em verso,
acumulava ódios,
desenhava figuras invisíveis
na escuridão vetusta do passar
dos segundos,
e envelhecia para o lado que
menos interessava,
o da solidão,....

a barbárie entretanto voltou,
e não admitia mesmo assim que
a discussão continuasse,
um dia vieram os defensores do
indefensável,
e arrastaram-no pela rua até 
que perdeu a cor desafiante,
e terminou roído pela infâmia,
e escudado pela morte

4 comentários:

  1. Um fim previsível para quem capitaliza ódios. Gostei.
    Boa Noite.

    ResponderEliminar
  2. Li em seu poema uma forma de justiça pelas próprias mãos. E compreensível, embora eu, por força da profissão , não o pudesse admitir. Gostei!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. 😊Não tinha pensado nesse sentido.
      Mas é coerente.
      Obrigado pela apreciação
      😊

      Eliminar

Acha disto que....

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