ainda a tua morte naquela parede,
adormeço com o som descrente do fado de sempre,
o homem que perdeu a infância na sujidade do
copo de vinho de todos
os velhos que conheceu,
guardo-te no tremelicar da perna que não mato,
e na face oculta do sorriso que nunca mais
pintei,
lá fora uma cidade tenta
matar-me comigo a deixar,
tem sido lento este
processo do ar a sumir-se com uma 
lentidão mais torturante que
a bala que nunca
mais me visita,
se quero chorar, rio,
se o riso me visita ignoro-o,
não me levas assustadoramente parvo deste
desenrolar de minutos que não leva a lado nenhum,
bastam-me surpresas impossíveis quando 
o dia lá fora desdobrar o horizonte para reaparecer,
nunca pedi muito mais
que o pouco que sei poder almejar,
só não quero a solidão de aqui estar a pintar 
no invisível....

 
 
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