Li este livro por tua causa. Falaste da rispidez do papel maché que nos parecia abraçar com braços envolventes e magros, desdizentes da crueldade dos crimes de sangue com que se insinuava no palato desmaiado de quem o havia comprado. Redigido em caracteres indigentes, senti-o frutificado em mim. Falava de dar oportunidades à oportunidade de sermos oportunos. Fazia-o com pretensões que tu nunca me descreveste com palavras que interessassem. Dizias, 'deixa-te embrenhar'. 'Fala ao que desejares falar, e escuta quando sentires que precisas de ser escutado'. A tudo, com a simplicidade com que a cultura nos beija, e nos deixa pituitariamente desfeitos, respondi com o sorriso com que me apresentei ao insensível. E li tudo isto. No fim, nada. Adormeci sobre o assustador que a palavra esclarecido despertou no reino de insondáveis dúvidas em que me movo.
2009/06/09
Aculturado
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