i dreamt about you, making fun of all my choices,...
of my aging point
of view,...
i dreamt so many
times,
my soul caught fire,
and i weakened
the sense of persistence,
the desire to go further
than the doubt,
further than the tears i lost,....
i woke up,
being told to carry
on,
by an unknown voice,
of an unknown destiny,....
e o desenho, o contorno cristão do sorriso, as virtudes, os desejos, a lista interminável de versos, que vergastam o corpo, coíbem o prazer,....
onde está a interminável doçura dos teus olhos, mulher de quadros, de vidro decorada, esculpida,...
e o desenho, pergunto pelo que eram os teus passos de encontro, o teu caminho azulado do prazer, que se perdeu nas bainhas do tempo, onde repousam agora os pós inocentes do amanhecer, que representam a tua herança
Ainda só é 1983. Chove tanto. As minhas mãos agarram o nada. Observo dois homens que se observam, cruzando caminhos, apressados para fugir ao temporal. A verdade não é minha, é de toda a gente, dos desesperados, da vontade súbita de mudança. Sirvo o chá abrasante, enquanto um fio de som abafado me entra, sorrateiramente, nos canais auditivos. São as notícias do dia, servidas em pleno de confusão e desprezo por minha parte. Passo os dedos pelo jornal do dia, com um gato a insinuar-se no calor extremo e instável que o meu corpo liberta. Sou jovem, gosto de nuvens de pombos a voarem na praça central da minha terra. Um corpo de mulher vale o mesmo que o respirar para mim. O amor é um jogo do galo apressado, feito nas costas das mãos suadas de uma tarde de Verão. Sou ninguém, e mais qualquer pessoa por conta das hesitações que pratico. Sou o mestre do etéreo, dos poemas que não completo. De querer escrever mais, sempre mais, melhor, de forma cativante, inovadora, mas que não sai nunca do tempo fútil do desejo. E chove cada vez mais. Não sei se me quero recordar de há quanto tempo nasci. Da presença inócua do tempo na minha vida. E faço por percorrer a larga amplitude da divisão fechada em que me encontro, com passos curtos. Sou sozinho, não estou tomado por nada. A presunção cabe numa caixa mínima de rapé, em cima da televisão desligada e a ganhar pó. O exterior prende-me de novo a atenção. O vento verga à subjugação as árvores velhas, e faz o real dançar num turbilhão de filme-catástrofe. Sinto um torpor, e depois uma lágrima, e outra, a rolarem-me, perdidas, pelas faces. O refúgio são os bolsos das calças. Se tivesse a alegria como prato do dia, sorrisos enleantes e desafiadores que comigo dançassem, seria tudo tão diferente. Olho para trás. Um gato observa-me. Uma voz abafada anuncia que um avião caiu algures. A mortandade foi total. Sou jovem. Não me importo. A vida é uma plenitude fechada, conforme a vejo.
o meu amor tem dois lados, a vergonha é uma cara, o desespero a outra,....
o meu amor pesa arrobas, tem o mundo todo dentro do sorriso, e o desejo esgotado pelo fogo,...
o meu amor está na chama que desvanece, foge da chuva, tem pés de alento, e corpo de incúria,...
o meu amor somos nós, eu e tu como balões, que só param onde este mundo acabar, e aí num raio de luz, faremos de nós um amor que foi, e talvez continue, para sempre a ser