comecei por esperar-te aos bocadinhos. A cada dia espalhava o tempo como um tapete em casa. Rugoso, cheio de defeitos como a imperfeição que sempre amámos. Primeiro não chegavas de forma arrastada. Depois, os segundos saltavam como pulgas de calor de fim de Verão.Até que veio o frio. O tempo ganhou a forma de livros seguidos, lidos de fio. Livros sem história mas com sentimento. Que se nos agarram, como um abraço. E, aos bocadinhos, desenganei-me que voltarias. Aninhado nas histórias que construímos juntos, penso com todas as forças num espaço de infinito. Uma constelação só nossa, em que voamos, dizemos de nós o que o sentimento e o amor trouxer. Mas tu sem voltares. E eu sem parar de sonhar. Até o tempo o permitir
Tirado daquiBrief encounter (1945)
De. David Lean