Os olhos todos fechados,
Os das pequenas coisas sentados,
Em linha com o sol e a sombra da rotina percutora,...
A mesma que nos deixa de ombros alinhados,
Boca remendada em silêncio,
E as pernas impedidas de prosseguir para lado nenhum,....
Era a noite mais pesada de sempre,
Uma página iria virar-se naquele sítio,
E restavamos nós,
Nós os adjetivos,
Filhos de verbo nenhum,
E culpados pela sombra,
Acentuada e envelhecida
José de Almada Negreiros, Do Alto de Santa Catarina, Lisboa, Portugal, 1925

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